Outra História (Tudo Novo De Novo)
Eric do Vale
O mesmo nome e a mesma data de aniversário; seria pura coincidência, se não fosse um detalhe: a diferença de idade. Quando me lembro dos momentos em que passamos juntos, faço das minhas as palavras do Belchior: “Na parede da memória, esta lembrança é o quadro que dói mais”. Esse mesmo poeta, entretanto, afirma que o novo sempre vem, por isso não pretendo cometer o mesmo erro de outrora.
Deus, melhor do que ninguém, testemunhou os percalços que atravessei para conquistá-la. Ela mesma me submeteu a inúmeras provações que homem nenhum, na minha situação, suportaria.
Já havia me dado por satisfeito, depois dela ter, várias vezes, me dispensado, quando, de repetente, enxerguei uma esperança naqueles lábios. Quantos anos esperei por isso? Alcançado o meu objetivo, eu deveria me segurar e adequar-me aquela situação, mas as coisas terminaram desandando. Por quê?
Sempre que me faço essa pergunta, me dou conta de que eu estava há poucos metros da linha de chegada! É uma pena ninguém ter inventando, até agora, a máquina do tempo.
Visto que, atualmente, encontro-me vivenciando uma situação similar, não desistirei tão facilmente; ela bem sabe disso. Quando penso que tenho que enfrentar os mesmos percalços, lembro-me, novamente, das sábias palavras do Belchior: “Viver é melhor que sonhar.”.