Uma Rosa para Berlim : O Último Bunker da SS . 3
Vejo todas as pessoas com ar de questionamento. Rudolf é
o que tem o semblante de esperança.
- Sairemos hoje mesmo?- pergunto a ele que passa por mim em di
reção ao fundo do salão - hoje a noite?
- Sim !- disse ele olhando para o chão- conto com a ajuda das três.
- Como assim ?
-As três conhecem bem o caminho e deverão avançar como ponta de
lança. Se perceberem os Russos, puxem eles para cima de vocês.-
me mostra um mapa onde traça com uma linha a nossa direção para
o oeste. depois mostra um ponto ao lado de uma avenida- Aqui está
tudo destruído e tem um subterrâneo que não encontraram. Este local
está há 5 quilômetros daqui sempre para o oeste. Ao lado de um su
permercado enorme e com a metade destruída. Dali partiremos pa
ra o bunker no rio Spree. Lá sim temos o nosso Bunker.
- Não seria melhor partirmos direto para lá? - pergunto olhando o
mapa e correndo com o dedo para o rio spree - fazendo tudo de
uma vez só. Vamos com tudo !
- Não !- disse Rudolf determinado - Tudo por etapa e assim dará
certo e sem erro .
- Concordo com ele- disse Erna observando o mapa - cautela é a
melhor tática!
- Até porque nós três não poderemos dar apoio por um longo per
curso - disse Marija sentando ao meu lado.
- Isso !- disse Rudolf olhando-a - precisamos das três inteiras. Te
mos uns bons atiradores. Poderão fazer o restante do caminho
mas , perderemos as três de vista ! Vocês são de grande importân
cia para o conjunto todo. Estamos derrotados e temos que aprovei
tar todo elemento que pode nos ajudar.
- Correto ! - falo me levantando - Gravei o percurso todo !
- A melhor coisa que temos a fazer é descansar bem ! - disse
Rudolf se levantando e indo acariciar o rosto da senhora. Eu o olho
andar entre as pessoas. Ele tem 1,90 metro de altura. Loiro e for
te. AR muito sério e deve ter uns 30 anos. Mostra a patente de ca
pitão. E logo se abaixa para conversar com alguém. E eu e Marija
e Erna ficamos ali conhecendo visualmente cada membro do grupo
restante da SS. Respiro fundo e fecho os olhos me encostando na
parede envelhecida e amarelada. Acredito que fora branca. E as
horas passam e eu adormeço nessa tarde do dia 27 de maio de
1945 .