BRUMAS DO INVERNO (a Saga de Joana - cap. II) part. Lumah

Estávamos no mês de junho quando o inverno (aqui no hemisfério sul) solta suas brumas através de um vento gelado. Nas ruas as pessoas andavam encolhidas, úmidas e apressadas.

Joana era apenas uma menina, com seus sete anos. Fugira de casa, pois o pai, bêbado, batia-lhe todos os dias e a mãe submissa não intercedia. Algumas vezes até tentara lhe molestar. Era melhor viver nas ruas do que ter uma vida daquelas...

14.06.16

Joana dormia agora nas ruas da cidade. Brincava com pombos na praça. Tinha liberdade, não tinha mais amor. Aliás, amor era a única coisa que Joana jamais conhecera.

Volta e meia ganhava uma moeda. Já conhecia todos os recantos da cidade. Não tinha luxos. Comia tudo que achava nos lixos da cidade. Afinal de contas, os ratos não sobreviviam? Mas Joana não tinha capacidade nem para raciocinar sobre isto. No entanto no mundo dos bichos ela era apenas mais um deles.

Enquanto tinha inocência, Joana era inocente, mas a vida mostrava a Joana que a inocência é um elemento que tem que ser superado quando pensamos em sobrevivência. E Joana começara a ser esperta, feito um rato que foge do gato que quer lhe abocanhar ...

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16.06.16

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Lumah

Num período da vida, a infância, quando uma criança deveria estar rodeada de carinho e amor, Joana, sai para as ruas,ao encontro de um mundo desconhecido, triste, cheio de violência, desamor, fome, para viver à merce da caridade humana, de restos de comida, quem sabe, no lixo. Deixou para trás a violência familiar, a falta de uma vivência de ternura, para ir ao encontro do desconhecido, tentando sobreviver, mesmo que seja por um breve tempo, porque ali é que vai encontrar tristeza, violência, fome, frio e falta de calor humano.

Obrigado Lumah por sua contribuição...

MÁRIO FEIJÓ
Enviado por MÁRIO FEIJÓ em 16/07/2016
Reeditado em 16/07/2016
Código do texto: T5699847
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