"Sem dúvida eu acho que sim" ou "O que é que escrevo?"

Tudo bem, eu devo admitir logo de cara: Eu sou um péssimo contador de histórias. E apesar de eu gostar muito de literatura, sabe, daqueles tipos de livros que realmente contam histórias de outras pessoas na terceira pessoa, eu não consigo escrever nada assim. É frustrante, extremamente frustrante. E sabe porque? Porque eu adoro escrever, amo demais essa coisa de deixar registros escritos das coisas que penso, faço, e que vivi.

Mas a coisa principal que eu realmente amo nas leituras, me é impossível fazer.

Certo, mas então, o que é que eu escrevo? O que é isso aqui? Aforismos, do tipo que Nietzsche fazia? Pensamentos sobre a vida, do tipo Bukowski? Não sei, talvez seja um pouco de tudo aquilo que eu já aprendi sobre escrever.

Alguem pagaria por isso? Não sei.

O que eu escrevo é honesto? Sem dúvida eu acho que sim.

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Outro dia li um post na internet de um cara que estava extremamente com sentimentos dúbios. Ele contou em seu post que finalmente havia terminado de escrever seu primeiro romance de 30.000 palavras, e que, apesar de estar muito satisfeito de ter finalmente terminado a coisa toda, ele não tinha a menor ideia se ele havia feito algo que prestava ou se o romance estava uma completa merda. E pelo jeito que ele falou, parecia mais é que o texto devia ser ruim pra caralho mesmo. O cara parecia estar em uma profunda depressão.

Alguns outros caras responderam o post dele, dizendo que isso é muito normal, e que é apenas uma das fases que os escritores de "creative writing" passam. "Escrita criativa". "Aulas de Escrita Criativa", nas universidades americanas mais próximas de vocês. Vocês não odeiam esse tipo de coisa? Afinal, escrever é um processo demorado de se aprender, e não são algumas meia duzia de aulas que vão fazer alguem aprender a escrever com criatividade, certo?

Posso estar errado, pois, se em alguma turma de "creative writing" for formada por pessoas que já possuem experiência com a escrita, e que realmente estão empenhados em escrever e em compartilhar os textos com outras pessoas, para se ajudar, acho que isso realmente é algo muito bom, e agora eu mesmo estou com vontade de iniciar um grupo de escrita criativa na universidade em que eu me formei. Não fosse o fato de que eu tenho que trabalhar pra caralho durante o dia e de noite ir pra casa cuidar dos meus dois filhos (menores de 2 anos de idade), eu realmente faria isso.