O Espaço e o Tempo
Já foi mencionado aqui algumas vezes, que o tempo e o espaço não existem como percebido por vocês. De uma forma bem grosseira, mas que dá um pouco para entender, a noção de espaço que vocês tem está bem restrita aos olhos, ou seja, é por causa do olho que vocês percebem o espaço como percebem. E, como os equipamentos humanos de captar imagens imitam os olhos, assim como o avião imita o pássaro, esses equipamentos "percebem" o espaço da mesma maneira. Então... quem cria o universo é o olho?... Claro que não, logo, como subproduto da realidade última, o olho não pode traduzi-la, apenas interpretá-la dentro das suas possibilidades, enquanto olho...
Com o tempo, é mais ou menos da mesma forma. A consciência atual da humanidade preferiu concentrar-se na ideia de uma passagem linear que "tranca" e limita os acontecimentos, ao invés de conviver com eles indeterminadamente. Devemos convir que foi uma escolha sábia. Imagina o cérebro humano tendo que lidar com vários acontecimentos de uma só vez, sem nada que os limitasse ou separasse... Seria loucura total, em seus termos... Assim, foi preferível separar os episódios, como vocês separam os cômodos na sua casa...
Aquilo a que chamais tempo, na verdade é um navegar perpétuo da consciência nas "memórias" de outras consciências mais antigas que a sua. Vou dar um exemplo, outra vez grosseiro, para que possas entender: O planeta Vênus, para vocês, parece estéril, parece que sempre foi uma rocha sem vida a vagar pelo cosmos. Para Nós, ele não é apenas habitado agora, como é habitado por uma civilização muito superior a sua. No entanto, a sua consciência humana terrena, presa no que chamais tempo, interpreta linearmente as atividades mentais que ocorrem exatamente "agora", realizadas por outras outras consciências. Vocês traduzem isso como uma lembrança, uma memória. Agora pra mim, neste exato momento, todas as civilizações históricas de sua terra, desfilam no mesmo solo e no mesmo momento que você. Por que não olho para a terra com os olhos fixos, mas "navego" naquilo que você chama de memória antiga de um povo. Por que somos essencialmente pensamentos, e como tal, estamos mergulhados nos pensamentos dos seres, e a memória é um fluido no universo. Como vocês não podem acompanhar essa fluidez, vocês se limitam a uma certa memória, e se descessem agora em vênus, ou veriam ruínas, ou não veriam nada. Porque para o seu padrão de pensamento linear, ou a civilização daquele planeta já pereceu há muito tempo, ou ainda sequer aconteceu.
A realidade é uma memória, dentro de uma memória, dentro de uma outra memória, que vai criando seres que passam a perceber e a conviver dentro dessa inesgotável memória, e andando por dentro dela, evoluindo, procurando ela mesma entender as memórias, enquanto cria novas memórias, onde outros seres surgirão para desfrutar dessas mesmas memórias, criando eles mesmos as suas próprias, onde outros virão para entendê-las e compartilha-las, de uma forma outra vez criativa e indefinivelmente ilimitada.