A MÃO SERENA DA MÃE TRISTE
Acena do alto, é a mãe do moço morto
está na cabine do carro de bombeiros,
do outro lado do muro,
do lado de lá da cova rasa
igual a que nos espera fria.
Verde como nenhum mais
é o tapete gramado. E chega
o comboio ao destino comum.
A multidão canta baixinho,
com a mãe estou e canto.
O corpo, não tenho fome.
Canto morto.
Inútil, chega a mãe há tempo.
Toca a mão na terra, sinaliza a cruz.
Só o silêncio de um punhado de pó...
Além do espetáculo,
a mão serena da mãe triste.
Antônio B.