Uma Rosa para Berlim. Depois da guerra. 5

Andamos para o sul e viramos à direita e depois nos colocarmos em

direção ao Reichstag. E passamos por muitas pessoas desoladas. Carregando

objetos que conseguiram recuperar. Mulheres chorosas e senhoras e senhores

de bengala andando e observando tudo. Crianças brincando no meio dos escom

bros. Placas de madeira com nome de pessoas que estão sendo procuradas pelos

familiares. Um lugar onde possamos comer está meio destruído mas serve algu

ma comida. Marija futuca a bolsa que Erna carrega e fala :

- Vamos parar ali e comer alguma coisa pois, o dia avança e estou com fome.

Erna ajuda a mexer na mochila e retira alguns Reichsmark e vamos para lá.

- Vamos comer porco com arroz e salada? - Pergunta Ina olhando para o prato de

uma jovem que parece ter minha idade. Seus longos cabelos loiros a denuncia ser

ela uma ex integrante da BDM ou VRIL. Ela me olha e fala :

- Já vi você em algum quartel da SS?

- Catharina?! - Disse Gerda Maria olhando a jovem e indo até ela.

- Gerda Maria!!! - Disse a jovem se levantando e abraçando Gerda Maria - você está

viva! - E Sorri. E depois a mede dos pés à cabeça - um pouco sofrida!

- Mais de quatro anos de luta acaba com a gente! - Disse Gerda Maria rindo.

E ela nos apresenta e depois todas comemos.

- Meus pais morreram em 41. E meu irmão meses depois na Rússia - Disse Cathari

na bebendo um suco - eu estou procurando lugar para ficar.

- Nós também! - Falo olhando o local e todos os presentes - um lugar seguro!

- Com esse cabelo e perfil de vocês... Chamarão atenção! - Disse o dono do estabe

lecimento - E Sorri balançando a cabeça - desculpe minha intromissão!

- É para um lugar assim que estamos indo - Falo com ar de quem quer rir.

- Só se for em um bordel pois, os donos são bem relacionados com os porcos -

Disse Catharina rindo - já pensei em abrir um e colocar um desses porcos como

gerente.

- Geertruida! - Gritou uma vóz feminina vindo da porta

- Margaretha! - Disse Geertruida olhando para fora - íamos procurá-la!

- Stern disse que está cansado e quer fechar o estabelecimento - Disse a mulher

de minha idade entrando. É loira e tem olhos de um azul clarinho - tentaram até

juntar dinheiro para comprar.

- Que lugar é esse? - Pergunta Catharina olhando para ela.

- Um bordel! - Disse Erna sorrindo - é o lugar mais seguro que temos!

- E quanto ele quer? - Perguntou Catharina segundo uma mala marrom.

- 300000 Reichsmark! - Respondeu Margaretha triste - muito.

- Quero conversar com ele - Disse Catharina rindo - sente e coma!

- Obrigado! - Disse Margaretha se juntando ao grupo - ficarei vendo. Almocei!

Comemos mais rapidamente e Catharina inquire Margaretha.

- Quantas pessoas têm lá?

- Umas 15- Disse Margaretha se acomodando - Vai comprar mesmo?

-Se tiver à venda eu compro - Disse Catharina terminando o almôço. E vai acertar

as contas com o dono do estabelecimento. E nós comemos e vou acertar a conta

e vejo que já está paga.

- Vamos depressa acertar nossas vidas! - Disse Catharina puxando Margaretha.

As duas andam rápido e nós vamos atrás.

- Pelo que vi... Todas tem alguma ligação no passado! - Disse Marija a meu lado.

- Coincidência boa! - Respondi sorrindo - sorte nossa.

Andamos rápido e chegamos em um casarão lilás de dois andares com parte do

quintal destruído e um restaurante no jardim. Vejo muitos militares russos e até

alguns militares de outros países e, muitos civíis. As mulheres transitam de um

lado para outro servindo os clientes. Vejo Catharina e Margaretha se juntarem a

um homem de uns 50 anos e gordo de barba ruiva. Depois somem do lugar. Catha

rina carrega com ela duas malas.

- Pétula? - Indagou alto e em bom tom uma bela jovem de olhos verdes bem claros.

- Ertha Traute? - Pergunta Gerda Mende voltando-se para a jovem de longos cabe

los prata com tons levemente dourados - estou usando meu nome verdadeiro!

- Gerda Mende? - E ela se aproxima. Está usando vestido quase transparente - su

miu em setembro de 40. Soube que roubou o quartel... - Olha para Erna - a pequena

Erna!!! - E a abraça - sumiu em 37. Pensei que tinha morrido!

- Coisa ruim não morre assim! - Disse Erna sorrindo.

E todas nós a abraçamos e nos apresentamos. Ertha Traute nos mostra todo o

lugar: Um bélo restaurante com salão para dança. O andar de cima são os quartos.

Até parece um castelinho. Vê-se que teve reforma recente. Talvez devido a bom

bardeio. Ficamos por quase uma hora andando por todo o recinto e depois vejo

Catharina e Margaretha descerem as escadarias ao lado do senhor bonachão.

- Comprei o lugar! - Disse Catharina rindo - Vai ser fechado agora para uma reunião

Com todas as garotas. Soube que tem um vasto guarda-roupas. Todas dispensa

das para um banho e limparem o lugar.

- E nós? - Pergunta um soldado bêbado - o que faremos?

- Vou fechar por hoje! - Gritou Catharina olhando para todos - Não precisam pagar!

Farei uma reunião e abriremos amanhã!

Um grito de alegria dado por todos. E eu desapareço no recinto e vou ao banheiro.