SONHAR E VIVER.

 

Era um lindo domingo de sol, despertei um pouco preguiçoso,

Fiquei ainda mais alguns minutos na cama e de novo peguei no sono.

Sonhei.

Um sonho tão real que ao acordar me surpreendi.

Era capaz de jurar que vivera aquele sonho.

Pus-me a recordar então detalhe por detalhe, agora acordado, mas com a sensação de estar ainda sonhando.

Me encontrava sentado descalço, com a bainha da calça dobrada na altura dos joelhos,

Pés brincando nas águas do riacho límpido .

Mangas regaçadas, chapéu de palha cobrindo-me a fronte do sol.

Logo à minha direita, um campo recortado por uma estradinha de terra estreita e esburacada.

Chamou-me a atenção aquela estrada, pois ouvia, vindo de lá, um som de cavalos trazendo uma carroça.

Curioso, levantei-me e cheguei bem perto da estrada.

Foi então que presenciei a cena mais bonita de toda a minha vida.

A carroça grande, toda enfeitada com flores e fitas ao vento, era conduzida por um sr. jovem, com roupas de acordo com a época, que me fez lembrar figuras de séculos passados, porem a cena mais tocante era o que havia por vir...

 No interior daquela condução, tão diferente, pasmem!!

Lindas moças! Sim umas dez ou mais, seus trajes eram festivos, com cores suaves e vaporosos. Cabelos de quase todas, encaracolados e presos por fitas e flores.

Admirado, meus olhos pousaram em uma delas. Era loura, vestia Azul, cabelos enfeitados com fitas da mesma cor, como talvez fosse a moda nessa época.

 Por um instante nossos olhares se encontraram e os seus lábios rosados , sorriram para mim.

A... Deusa dos meus sonhos... quem me dera pudesse encontrá-la novamente!

Seu rosto lindo, seus olhos esverdeados não me saiam da mente. Saí da cama a contra gosto. Tomei uma ducha rápida, olhei o relógio, nossa como era tarde...passara das treze horas.

Resolvi comer alguma coisa ali na lanchonete em frente ao meu apartamento e desci.

Ainda pensando na linda loura dos meus sonhos.

A rua estava calma, pouco movimentada naquela hora de domingo, andava distraído. quando...

Não... não pode ser...devo estar doente...

Vindo em minha direção, uma jovem mais ou menos vinte a vinte e dois anos, Vinte e dois depois eu soube, loura, olhos esverdeados, cabelos um pouco a baixo da altura dos ombros.

Meu Deus...era ela.... a jovem dos meus sonhos.

Ela  sentindo meu olhar olhou-me também e sorriu...o mesmo sorriso!

-Oi... Meu nome é Marcos me apresentei.

-Oi..Eu sou a Kátia, mas espera aí, já não nos conhecemos?

-Creio que sim, mas que tal tomarmos um lanche ali ...

-Sim...Claro eu até ia indo lá mesmo.

Não ousei contar-lhe meu sonho.

Conversamos como velhos amigos.

-Bem... Tenho que ir, meus pais devem estar preocupados!

-Vamos nos encontrar de novo Kátia? E sem esperar resposta ...

Que tal amanhã, almoçarmos?

-Você é assim sempre apressadinho é?, e aquele sorriso dos sonhos voltou-me a mente.

-Por favor.......Disse eu sorrindo.

Kátia pensou por uns instantes.

-Tá, nos encontramos aqui. Moro Perto.

Seis anos se passaram.

Kátia agora é minha esposa amada e Lucas o nosso adorado filhinho de 4 anos.

No nosso primeiro aniversário de casamento contei-lhe

 o sonho.

 Ela meigamente beijou-me a fronte enlaçou-me com carinho e murmurou

com voz de anjo:

-Onde dois corações batem com fidelidade,

O amor dura até a eternidade!

 

 

    Este conto dedico a minha mãe

    +Cacilda Osório Corrêa