Uma Rosa para Berlim. Depois da guerra . 3

Berlim está um caus só. Mas tudo começa se reerguer. É o que vejo

nas ruas que passamos. Vejo Ertha chorando muito e um soldado se encosta nela.

Nesse momento o caminhão quase bate e caímos com a freiada brusca. Ertha se

joga para fora como se tivesse caindo e os soldados apenas olham. E um deles

salta para fora e escuto um tiro. O caminhão freia bruscamente de novo e vejo um

soldado tombando da carroceria com um tiro na cabeça.

- Fiquem deitadas! - Gritou um cabo ao meu lado - ou vamos atirar! - E vai para fora

e tomba com um tiro no peito. Os outros saltam nos esquecendo e deixando algu

mas pistolas caídas. Ouço novos tiros e rajadas certeiras fazem os soldados cor

rerem desesperados para se protegerem. Rajadas simultâneas derrubam todos os

soldados e pulamos da carroceria com calma e depois rapidamente pois, vejo

Ertha abraçar Völva ao lado do carro que forçou o acidente. É um caminhão de

verduras com Mila ao volante.

- Subam rápido! - Gritou Manuela se aproximando com uma metralhadora - Vamos

sair rápido daqui! - E me ajuda a subir e eu faço o mesmo com Ertha e depois com

Lale. E vejo populares correrem para longe do ocorrido e a rua ficar deserta. Sai

mos rapidamente dali deixando tudo aquilo para trás. Mila e Völva vão na boléia

e o restante na carroceria.

- Por quê fizeram isso? - Pergunto olhando para Manuela - seríamos soltas.

- Estão usando ex-combatentes como escravos para limpar ruas e para serviços

sujos! - Disse Völva da boléia - viemos atrás de vocês porque precisamos nos de

fender juntas.

- Me disseram que os campos de concentração estão lotados de escravos Alemã

estou - Disse Sigrun Marleen ao lado de Lili - Quando me pegaram de manhã me

falaram que iriam me mandar para Dachau junto com outras meninas que iriam

pegar. E eram vocês!

- Miseráveis! - Falo com ar de aborrecimento - a guerra acabou mas querem nos

dizimar física e mentalmente.

- Faz parte do método deles - Disse Erna deitando no meio das couves - por isso

acho melhor estarmos unidas mesmo.

- Parem de conversa e Prestem atenção se estamos sendo seguidas - Disse Mila

olhando pelo retrovisor - Fiquem atentas!

- Para onde vamos? - Pergunta Lale prestando atenção nos pedestres.

- Vamos para um bunker que tem mais a oeste. Não vão nos achar lá!

- Atentas aí mulheres! - Gritou Gerda Mende apontando uma viatura militar.

E nos abaixamos e nosso caminhão passa ileso. E seguimos para oeste de Berlim.

E meia hora depois chegamos em um autêntico cemitério de casas e prédios. Pou

cas pessoas transitando e estas nem prestam atenção no nosso grupo que chega.

E o caminhão pára perto de entulhos e descemos rapidamente e olhamos à nossa

volta e não vemos nenhum curiosa por perto.

- É um local bem discreto - Disse Sigrun Marleen olhando tudo ao redor.

E vejo que as pessoas nem ligam para nós. E ficamos por algum tempo olhando

tudo e buscando algum curioso. Nada nem ninguém.