RAÍZES ENTRELAÇADAS III - Vestidas de branco e preto - Elas eram o diabo na figura de gente!

No fim dos anos 40.

As paredes eram branquinhas como a neve, o chão brilhava naquele convento. A parte do internato composto de crianças órfãs e aquelas que no futuro sairia de lá com uma profissão e ao mesmo tempo eram treinadas para ser uma perfeita dona de casa, e outras no decorrer do tempo seria um membro por votos a religião.

Helenice e Neusa já estavam ali há dois anos.

No primeiro ano tudo correu bem, as meninas estudavam, aprendiam bordados em ponto cruz, pregar botões , nos intervalos brincavam e, rezavam de manha de tarde e á noite antes de dormir. Era uma disciplina , a qual a menor falta seria anotada, se falasse algo a mais, se não rezasse direito, se deixasse comida no prato, e como castigo não tinham visitas dos seus familiares aos domingos.

Helenice observava a tudo e aprendia com facilidade.

Um dia depois do almoço deram para todas as crianças um pirulito gigante. aquilo mais parecia um arco iris em círculos pelo seu colorido.Helenice ao dar sua primeira degustada seu dente doeu, a dor parecia uma agulha que lhe enfiava no cérebro.Ela sabia que não conseguiria digerir aquele doce, e sabia que era obrigatório seu consumo.Quando ninguém estava por perto, ela jogou no lixo.

Uma das freiras passou na conferência e notou que Helenice havia consumido muito rápido - Cismada buscou outro, ao entregar para Helenice ela se queixou:

-Não posso, estou com dor de dente, a freira sentou do seu lado e disse:

Você vai comer...

Helenice, chorou, as lágrimas escorriam pela sua face copiosamente pela dor...

A freira ao notar chamou o dentista, que constatou que ela estava com uma cárie profunda, imediatamente a ordem...Deixe o pirulito.

Helenice não comentava essas coisas para seu pai, sabia que ele se enfureceria. Ela gostava de ficar lá, pois já havia passado por dias muito piores ...Lembrando dos dois anos que ficara sem mãe.

Neusa a mais levada conheceu Ana que não obedecia,era rebelde e não estava nem aí, pois não havia ninguém para visitá-la.

Neusa passou a acompanhar fielmente Ana, e as faltas começaram a ser anotadas.

Domingo chegou:

José ansioso e cheio de saudades para ver suas filhas Helenice e Neusa.

E a Neusa? - perguntou José a Helenice.

Pai a Neusa está de castigo por isso não irá vê-la.-Jose saiu de lá aborrecido.

No próximo domingo mais uma vez Seu José só viu Helenice,

E assim foram os próximos domingos.

No quinto José estava inconformado, como poderia isso? devia ter alguma coisa a mais, alguém estava mentindo, já não estava acreditando em Helenice, poderia estar sendo coagida para não falar.

Saiu de lá arrasado, no primeiro bar bem próximo ele entrou e pediu uma branquinha, seus pensamentos estavam atormentados, pediu mais uma, não ele não podia deixar assim, ele tinha direito de ver sua filha, quem elas pensavam que eram?

Mais uma e tomou coragem; decidiu que não sairia de lá sem ver Neusa, e não pensava em mais nada, estava cego de raiva.

No portão do convento:

-Quem vocês pensam que são? - que são santas?

E outras palavras, chamou as freiras de puta pra cima...

No mesmo momento arrumaram as malas das meninas, entregando ao pai suas filhas.

Helenice sentiu, embora na sua observação, elas vestidas de branco e preto, eram o diabo na figura de gente; mas sabia que não seria fácil em casa, mas já estava prendada e poderia assumir o papel de dona de casa.

Continua...

isis inanna
Enviado por isis inanna em 26/05/2016
Reeditado em 26/05/2016
Código do texto: T5647345
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