A recompensa.

por Beto Rami.

Quando naquele dia Juscelino acordou mais cedo para sair a procura de emprego ele não imaginava o que o destino lhe reservara.

dessa vez iria mais longe então preparou uma bolsa com uma garrafa de água e uns pedaços de pão que haviam sobrado.

conferiu os bolsos e rindo lembrou-se que estavam vazios.

mesmo assim não se preocupou,hoje iria longe e tinha certeza que voltaria empregado.

caminharia o máximo que os pés aguentassem.

não tinha dinheiro para o ônibus mais isso não o incomodava.(assim posso prestar mais atenção as oportunidades.)pensava ele.

ao sair de casa agradeceu a Deus por mais um dia de vida escolheu uma direção e seguiu.

caminhou e caminhou,perguntou e conversou, assunto-u,explicou sua situação aos que quiseram lhe ouvir,pediu indicação informação e nada.

mais ele não desanimou,continuou seguindo .

quando deu por si, passava por um bairro cheio casas bonitas com pessoas apressadas indo e vindo de carro de lá pra cá.

foi quando um homem andando ou quase correndo sempre olhando o relógio esbarrou nele o derrubando-o no chão.

ele se levantou pensando em pedir desculpa mesmo sabendo não ser culpa sua mais o sujeito já ia longe praguejando.

Juscelino apenas riu da situação e continuou.

mais não tinha dado um passo quando viu uma carteira caída no chão. pensou duas,três quatro vezes antes de pegar.ele não gostava de pegar o que não lhe pertencia.

foi quando sua consciência o chamou a realidade dava pra ver que essa estava recheada de dinheiro.com tal dinheiro poderia saldar as dividas .mais que também o mais certo a fazer era devolver ao dono.

e com certeza era do cara que esbarrou nele.

procurou por um documento que indicasse o nome dono e nada.

(dinheiro não tem dono )falou uma voz em sua cabeça.

(com certeza também não e seu e o sujeito apressado pode precisar dele para algo urgente.)respondeu outra voz em sua cabeça.(melhor devolver ,pensou ele.)

ele então se informou onde ficava a delegacia mais próxima e pra la se dirigiu para devolver a carteira.

falou com um policial que o levou ate o delegado e a esse relatou todo caso acontecido desde que saiu de casa ate achar o dinheiro e resolver devolve lo.

o delegado apenas perguntou.(quanto tem de dinheiro na carteira?)cinco mil reais. disse Juscelino com o braço estendido entregando a carteira ao delegado.

e já se preparando para partir.o delegado só olhou e esboçou um sorriso.

mais quando chegou a porta eis que chegou o homem apressado o mesmo que esbarrou nele e o vendo gritou.

_prenda-o ele! foi ele,não o deixem escapar. ladrão me roubou.

logo vieram vários policiais a acudi-lo esse apontou pra Juscelino e disse -foi ele ,prendam-no ele me bateu a carteira. prenda esse punguista.

-tem certeza?disse o delegado.

-sim foi ele.repetiu com firmeza.

-você o viu roubar sua carteira?insistiu o delegado.

-ver não vi,mais acaso alguém consegue ver um ladrão roubar,ele esbarrou em mim e me roubou.assim acredito.

-e quanto tinha em sua carteira que foi roubada por esse homem?perguntou o delegado apontando a Juscelino que em nenhum momento se defendeu.na verdade ele não estava entendendo nada.fora la pra devolver algo que não lhe pertencia.

_tinham sete mil reais .disse o acusador olhando para Juscelino aumentando assim o montante para que esse pegasse uma pena ainda maior.

o delegado então olhou ao homem depois olhou pro Juscelino,esse estava cuidando de uma plantinha que jazia em um vaso ele cuidava e conversava com ela como se essa realmente entendesse tudo.

então ficou um tempo pensando depois concluiu chamando ao acusador para mais perto e disse.

-tem certeza que tinha sete mil reais na sua carteira?

-dai pra mais .respondeu o homem encarando Juscelino.

o delegado então chamou o Juscelino e o apresentou ao homem que o acusava.

-bem esse rapaz veio ate aqui dizendo que um sujeito apressado esbarrou e o derrubou na rua e que ao se levantar deparou-se com uma carteira,essa não tinha nenhum documento que a identificasse ele então veio ate a delegacia e mo entregou.

ate aqui tudo bate,não vejo porque não acreditar em nenhum dos dois.

o senhor disse que foi roubado e que sua carteira tinha sete mil reais(ou mais.)acrescentou um dos policiais.

isso mesmo bem lembrado.

bem e esse rapaz devolveu uma carteira contendo cinco mil reais.

acredito que houve um grande engano.

e um acaso muito interessante.

o senhor teve a carteira roubada ao passo que esse rapaz encontrou uma.

a sua tinha sete mil ou mais como re inteirou o soldado.e esse rapaz encontrou uma contendo apenas cinco mil.

a conclusão que chego e que esse homem encontrou a carteira de um outro sujeito e que ao esbarrar-se nele o senhor se confundiu e não tem certeza dique foi feito a sua carteira.talvez tenha perdido,esquecido em casa ou como disse tenha sido roubado.faremos um boletim de ocorrência e o dispensaremos.

aproximasse Juscelino,visto que a carteira que o senhor encontrou não tem identificação fica impossível para nos encontrarmos o dono então pode leva-la embora,ela agora é sua com tudo que tem dentro.

-não posso,não é minha! vai fazer falta a quem perdeu,talvez seja desse senhor.

o acusador desesperado vendo que seu dinheiro estava perdido viu uma luz no fim do túnel ao ouvir o Juscelino dizer que o dinheiro podia ser o dele e acenando a cabeça em aprovação olhou ao delegado.

-De maneira nenhuma(disse o delegado.)o senhor achou cinco mil ele perdeu sete ou mais não há como ser a mesma carteira.estou convencido que não é a mesma,tome pode levar.

-não posso,não me pertence.

-que faço então com ela?

-não sei,não é minha ,tudo que quero é voltar a fazer o que sai para fazer.

-e o que seria mesmo?

ah sim procurar um emprego não é?

então façamos o seguinte pegarei esse dinheiro e doarei ao orfanato.

e ficaria feliz se aceitasse trabalhar para mim como jardineiro,veja só ,você apenas conversou com minha plantinha e ela se renovou,tens uma boa mão e um coração melhor ainda.

vá a esse endereço,hoje você volta pra casa empregado.

e assim Juscelino voltou pra casa feliz e empregado.

-e eu ?perguntou o sujeito acusador.

-o senhor, volte pra casa e repense seus atos.