Uma Rosa para Berlim - Lembranças: Não chore! 2

29 de abril de 1945 parece um inferno. Voltamos em direção ao Reichstag e,

deixamos os SS resistindo ao sufoco soviético. Chegamos até uma unidade bem

mais atrasada e paramos nela por ordem do oficial comandante da unidade.

-Como chegaram aqui? - Pergunta ele incrédulo.

- Fomos aprisionadas e Fugimos! - Respondi prontamente olhando para ele.

- Não são homens. Poderiam circular livremente!

- Estão estuprando as mulheres que vêem pela frente! - Disse Erna com raiva.

- Talvez seja mentira! - Disse um capitão se aproximando e rindo.

- Fomos estupradas! - Disse Marija muito séria.

- Então estão cometendo crime de guerra - comentou o comandante bem sério.

-Já sofremos vários estupros em nossas prisões. - Falo olhando o chão.

- Descansem por hora e se banhem no que resta de água - Disse o oficial capitão.

E assim, em meio ao combate, tomamos banho em uma barraca e retiramos o chei

ro dos soviéticos. Depois ajudamos no rancho e ajudamos a servir.

Entre servir no rancho e ajudar os feridos, o dia vai passando e vejo muitos

de nossos soldados voltarem feridos. Vejo que muitos desaparecem. E os tiros de

canhões começa a afetar a localidade. Todas e todos nós nos preparamos para o

pior. Todos do Volkssturm parecem preocupados mas, decididos no que querem

fazer: Defender o Reichstag. Berlim está em perigo. Defender o Führer a qualquer

custo. Não se entregar e lutar até a morte.

Ao final da tarde, ajudamos a fazer barricadas com entulhos por um raio de

2 quilômetros do Reichstag. Passamos a demolir alguns muros e pedaços de pré

dios para deixar o local intransponível para os vermelhos.

E anoitece e jantamos ao som de explosões muito fortes. Nossa comida é

racionada. Bem como a água.

E aguardamos por uma ação mais célere dos vermelhos e estamos prepara

dos para eles. Iremos lutar até a morte. Eu, Erna e Marija somos colocadas perto

das barracas da enfermaria. E, apesar do barulho e do perigo, durmo.