Uma Rosa para Berlim - Lembranças: Não chore! 1

Crianças chorando. Pessoas procuram o que comer. Saio da multidão e ando

pela rua vendo no que se transformou Berlim: Um monte de escombros. Um monte

de pessoas com olhar perdido. Pessoas procurando entes queridos.

- Está acabando! - Disse Erna logo atrás de mim - falta pouco!

- Os últimos tiros estão sendo disparados e depois tudo acaba! - Fala Marija se

colocando ao meu lado - está terminando!

- Quem vai reerguer a cidade? Os homens estão mortos! - Falo meia triste.

- Alguém terá que fazer o trabalho! - Disse Erna sorrindo meio amarelo.

As horas passam e recebemos comida em pequena quantidade dos militares ver

melhos que ainda tem alguma dignidade pois, muitos falam palavras obscenas

quando passam por mulheres. As mais jovens são as mais visadas.

Ainda se ouve muitos tiros e explosões. E o dia 28 de abril de 1945 se vai e

nos abrigamos nos buracos de prédios que ainda tem parte em pé. Custo a dormir

pois, o combate se intensifica em direção ao Reichstag. Berlim está pronta para

cair. E consegui dormir depois de muito rolar naquela cama feita de roupas velhas

sobre o chão do que foi uma loja de roupas.

- Estamos indo para o sul! - Disse Gerda me acordando bem devagar - vim me des

pedir! Eu, Lili, Lale e Ina!

- Vão ajudar aquele grupo do orfanato? - Pergunta Marija já de pé.

- Sim! - Disse Lale sorrindo e me abraçando enquanto levanto - E vocês?

- Ficaremos por aqui, por enquanto! - Falo apertando ela com um abraço forte.

- Vamos para o oeste de Berlim! - Disse Erna beijando a testa de Ina - tenho um lar

por lá. E levarei quem quiser me acompanhar. Marija e Nina aceitaram.

- Felicidades para vocês! - Disse Ina sorrindo - sejam muito felizes!

E nos despedimos ali mesmo. E as quatro correm para um velho caminhão com

furos de projéteis. Eu e Marija ficamos olhando o veículo desaparecer e depois

Vejo alguém conhecido junto com 8 soldados vermelho e um oficial.

- Aquele é o cunhado de meu tio Schaffer... - Percebo que param e me olham.

- O que ele faz com aqueles vermelhos? - Pergunta Erna se aproximando.

Fico calada ao ver que me olham. E vem em nossa direção. Marija e Erna me o

lham com ar intrigado. Chegando próximos, o oficial se aproxima mais e ordena :

- As três abram as blusas... Agora! - Gritou ele com muita raiva e pressa -anda!

Os soldados nos apontam suas armas. E eu retiro a blusa exibindo parte das tatua

gens. Ele abaixa minha peça íntima mostrando meus seios tatuados. Faz o mesmo

com Erna e Marija. Sorri e fala.

- Está livre Hans! Pode seguir seu caminho. Nos entregou agentes da GESTAPO.

- Que agentes da GESTAPO? - Pergunto surpresa.

- Vocês três são agentes de Schaffer!

- Mentira! - Protesta Erna - Não somos nada disso!

- Fale sobre onde estiveram estes anos!

- Vários lugares - Disse Marija se recompondo.

- Stalingrado, Londres.... Etc,etc...

- Verdade! - Falo ficando assustada.

- Prendam as três! - Gritou ele quase me agredindo. Depois conversa em Russo

com os soldados.

- O quê vai acontecer conosco? - Pergunto assustada.

- Poderiam matá-las aqui mas... quer dar uma chance a vocês! - Fala meu parente

- Vai levá-las para a frente de combate e libertar as três.

Somos colocadas em um veículo militar e vamos para oeste. E, meia hora depois,

Entramos em terreno de combate e somos levadas para a frente: combate quase

corpo a corpo com muitos mortos de ambos os lados. Canhões leves russos sen

do disparados com bastante precisão.

- Voltem para o lado de vocês! - Gritou o oficial nos empurrando para um casebre

aos pedaços. - 3 minutos e vamos fazer disparos mortais.

Desembesto a correr em direção a um escombro de hospital e Marija e Erna fazem

o mesmo. Nos jogamos atrás de placas de paredes pois, nossos companheiros

não sabem o que está acontecendo e tentam nos acertar. Por sorte tem quatro

soldados mortos e armados. Pegamos as armas e atacamos os vermelhos. Acerto

em cheio o oficial. Os vermelhos revidam e recebemos apoio dos Volkssturm. E

então os Panzers que restam nos apoiam e nos misturamos aos Volkssturm.