Uma Rosa para Berlim - Verdades que esconderam 21.

Olhando para a noite, relaxo. Então sou empurrada para dentro e um dos

Russos vai até a cozinha e fala :

- Aproveitem para jantar porque o próximo só Deus sabe! - E passa agarrando Erna

e passando a mão no rosto de Marija. Está se esquiva e ele não gosta.

- Dexe-as em paz! - Disse um oficial presente empurrando ele para longe de Marija.

E eu como um pão dormido e depois vou dormir. Esqueço tudo por instantes.

Acordo de madrugada com gritos de um tenente que não é estranho. Não

compreendo mas, um dos soldados fala em alemão.

- As sete são da liga feminina e eu já cruzei com elas antes.

- Mate-as! - Gritou em Alemão um oficial russo que me aponta uma pistola.

- Nada disso! - Gritou um sargento russo que me observa - Não somos animais!

- Para mim não passam de lixo - Disse um outro sargento com ar irritado.

- Levem todos para o campo de prisioneiros civíis - Disse um capitão entrando no

recinto - E isso é uma ordem!

E somos todas empurradas para fora. 2 caminhões estão do lado de fora. E subi

mos. E depois de todas as crianças e adultos entrarem, os caminhões partem

rumo ao leste, deixando para trás o combate e passando por soldados Alemães

que se renderam. Estão andando em coluna de dois com as mãos na cabeça. Vejo

Mulheres e crianças sentadas no chão como que tentassem entender o ocorrido.

E chegamos em uma área devastada onde parecem inspecionar uma a uma. Des

cemos e eu fico olhando o que restou de Berlim. Minhas amigas pegam alguns

objetos caídos e espalhados. Fruto de explosões. Talheres, rádios quebrados, lu

vas, bonecas, carrinhos de brinquedo. Muitas roupas espalhadas. E uma idosa

recolhe as roupas que encontra. Alguns soldados soviéticos ficam rindo com a

situação. Um outro assovia para mim e não ligo. E caminhões com soldados pas

sam para a frente de combate. Tanques e canhões leves são levados como refor

ço. Vejo muitas mulheres soviéticas bem armadas e fazendo piadas sobre nós.

Vejo um capacete da SS caído e vejo Algumas rosas vermelhas ao longe e duas

por perto. Pego as duas e olho para Marija e Erna e falo com lágrimas nos olhos :

- Uma Rosa para Berlim e uma rosa para os inocentes que não sabem porque luta

ram e ainda luta - coloco as rosas em um cantil com um pouco de água.