Uma Rosa para Berlim - Verdades que esconderam 18.
Em outros tempos um restaurante. Agora um velho comércio abandonado.
Muito me espanta o estado em que se encontra Berlim: Pessoas se escondendo,
outras procurando o quê comer e beber e vejo que tudo está escuro. O lugar está
com a luz da penumbra. Entramos e procuramos algo para acender. Vamos tatean
do e, de repente, alguém acende uma vela. Ficamos assustadas mas, vemos que
é uma senhora idosa que acende e se aproxima nos olhando. Pergunta :
- Procurando lugar para ficar, meninas?
- Fugimos da frente de combate e queremos um lugar para ficar essa noite! - Falo
olhando o estado mau-trapilho dela - Tudo acabado mais adiante.
- Então teremos que recuar no amanhecer! - Disse ela olhando para trás - ouviram?
- É o que faremos de manhã! - Falo meia sem graça.
- Estão cheirando a abuso sexual! - Disse ela nos olhando seriamente - correto?
- Tanto pelos Soviéticos, e pelos compatriotas - Disse Ina olhando para os outros
presentes - Estamos sujas e queríamos um banho.
- Vão até o final do corredor e tomem banho - Disse ela nos guiando.
Enquanto vamos para o banho, ouvimos muito barulho vindo de fora. Mas
tomo meu banho assim mesmo. Até escovo meus dentes com uma escova que
encontro. Depois somos recepcionadas com uma macarronada e pão. Comemos
e depois vamos dormir. Vejo Lale e Ina cuidando de crianças. Gerda e Lili dão ba
nho em outras crianças. Os presentes no local ficam encantados.
- São órfãos que levaremos para o sul! - Disse um senhor simpático nos olhando.
- Posso ir com vocês? - Pergunta Lale rindo - queria lidar com órfãos!
- Eu quero ir também! - Disse Ina.
- Também vou! - Disse Lili segurando um bebê no colo.
- Conheço alguma coisa de enfermagem! - Fala Gerda olhando o ferimento de uma
idosa - tenho muito a oferecer.
Eu, Erna e Marija olhamos as roupas rasgadas e contabilizamos as pessoas.
- Marija, Erna e eu poderemos costurar para a comunidade! - Falo rindo.
- Estão aceitas! - Disse a senhora que nos recebeu.- agora vão dormir!
Escovo os dentes e vou dormir ouvindo os tiros. Mal pego no sono e acordo com
tiros no recinto. Vou devagar e vejo a SS no restaurante. Se defendem com preci
são. Nos olham e um soldado grita :
- Se escondam no porão imediatamente! - E abre fogo cerrado para o leste.
- Terá que dormir assim mesmo! - Disse a mesma senhora - Isso vai passar!
Obedeço e vou dormir. Esqueço que fui treinada para lutar. Durmo.