O OLHO OCULTO DE DIMAS
Conto de:
Flávio Cavalcante
Flávio Cavalcante
Ele se tornou uma máquina pronta para matar. Seus sentidos apurados como animal silvestre faziam com que ele tivesse a sensibilidade e a agilidade nas suas atitudes maléficas. Sujeito sagaz e inteligente. Ninguém imaginava que por trás daquele homem, se escondia um monstro que faz coisas tão horríveis com o seu semelhante.
Dimas era o seu nome de batismo. Vertente entre o bem e o mal, entre o bom e o mau. Posso dizer que ele era o próprio Deus e o próprio diabo na mesma pessoa e proporção. Sujeito que todos amavam e na mesma proporção todos odiavam suas atitudes.
O olhar oculto dentro do olho das pessoas era a forma que Dimas encontrava de intimidar seus subordinados e vítimas. A rudez era sua maior aliadas e o respeito pelo seu profissionalismo era passado com o peito erguido. Mas, Dimas era generoso com as pessoas que comungavam de suas idealizações. Ajudava quem realmente merecia a sua ajuda. Ele não tolerada pessoas metidas a espertas. Detestava qualquer um que subestimasse a sua inteligência. Abominava o erro em busca do acerto. Agindo assim Dimas destruía a zona confortável de muitos dos seus funcionários acostumados com o erro. De amigos a subordinados todos queriam mesmo era acabar com a vida dele.
Dimas tinha no sangue um lado negro que ele mesmo desconhecia. Assim que descobria a intensão dos que lhe rodeavam o ódio era certo em sua mente e a vontade que ele tinha era de matar cada um deles.
Sua mente era fértil demais para estratégias. Ele buscava saciar o seu desejo sem deixar vestígio algum. Mas ele esquecia que não existe um crime perfeito. O dia a dia mostra que por mais escondido que esteja a nossa falha sempre terá um olho mágico observando e a qualquer momento a verdade vem à tona e tudo que parece estar esquecido e escondido vai aparecer e não foi diferente com a Dimas.
Sujeito educado, conselheiro; Bom dia, Boa tarde e Boa noite era regra de educação que ele nunca esqueceu. Mas nem ele mesmo entendia o motivo de sua mudança de personalidade repentina. As vezes ele se pegava pensando se deveria procurar ajuda com um psicólogo ou mesmo um psiquiatra.
Tudo era muito estranho. Dimas não conseguia se controlar. E matava sem dó e sem piedade. Suas vítimas agonizavam até a morte e o instinto maléfico do Dimas não se interessava em ajudar nenhum que implorava por piedade. Parecia que ele tinha prazer em ver as suas vítimas agonizarem até a morte.
Era noite alta. Seu peito arfava parecendo que o seu coração queria explodir. Sua voz saía da garganta como um lobo engasgado. Seu corpo tremia intensamente. Ele sentia o corpo fervendo quase em erupção. O suor gélido escorria molhando todo o seu corpo. Ele estava prestes a cometer a maior loucura de sua vida, mas felizmente ele foi acordado pela sua esposa que percebeu o desespero do seu corpo num pesadelo. Dimas ainda sonolento foi ao banheiro e jogou água no rosto. Voltou pra cama e contou o sonho horrível pra sua esposa. Alias, um pesadelo apavorante. Depois acabou adormecendo novamente.