TIO JOÃO CAÇADOR

Saía todas as manhãs para caçar. Lá estava ele com a sua flecha pendurada no ombro esquerdo, na mão direita levava a sua catana que foi afiada na pedra do seu quintal, e na cintura estava pendurada a sua baioneta com cabo de borracha.

Era de dar-se conta que o tio João caçador estava a passar porque gostava muito de assobiar e ele bem sabia fazer como ninguém na minha área e também cantava que cantava. Fazia-se seguir sempre com os seus três cachorros, eram rafeiros mas eram possantes. só mesmo o kota João Caçador que vos poderia contar com mais detalhes.

Tio João Caçador já caçou de tudo um pouco que há nas matas da sua aldeia. Certo dia numa manhã sem sol pós-se no matagal para recolher as suas armadilhas e ratoeiras que havia posto nalguns locais, um trabalho que já era comummente realizado por ele.

Foi recolhendo, mas num local onde havia posto njanjo não encontrou a galinha do mato, apenas vestígios de sangue. Era de estranhar, era num local junto a um pequeno rio que cruzava aquele matagal.

_ O que deverá ser isso? Questionou-se o Tio João Caçador, porque havia nas pedras que rodeavam o local sangue escorrendo, parecendo mesmo que teria sido morta poucos minutos antes da sua chegada.

Enquanto ele buscava resposta ouvia os cães a ladrar, correu e posto lá na pedra adiante ouviu o triturar de um animal, tru,tu,tru,tru, aproximou-se e viu que era um enorme jacaré . o Tio João tem todo potencial para derrubar um jacaré, mas um dos caos atreveu-se a encostar em poucos segundos serviu-se de segunda refeição para o jacaré. Tentou intervir o Tio João, mas infelizmente deu-lhe com a primeira picada da flecha. Olha que ele surpreendeu-se quando o jacaré desfez-se e o atacou, tirando-o uma de suas pernas, ainda lutou fortemente até desmaiar pela hemorragia. Logo mais a dona Sara foi ao matagal colher lenha, encontrou-o ainda com vida, enquanto do outro lado estava morto _ Se não lhe tivesse mexido mesmo depois de devorar o meu Sabí não me teria comido a perna. Precipitei-me demais. Disse o Tio João Caçador.

Contou tudo à senhora sobre o que havia acontecido naquele local, minutos depois também acabou por perder a vida.

A aldeia entrou em choros quando deu conta da morte do kota. Até hoje o malogrado é é recordado, levando agora o apelido de “homem do jacaré” .

Coitado!

Mille Tavares El Dorado
Enviado por Mille Tavares El Dorado em 22/04/2016
Código do texto: T5612874
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