Uma Rosa para Berlim - Verdades que esconderam 7.

Explosões fazem a praça voar pelos ares. Soldados desesperados correm

na tentativa de escaparem. Volsak parece um louco e dispara até sua munição

acabar. Vejo ele procurar mais munição. E, para meu espanto, vejo Heindal se ren

der após um tanque explodir. Não tinha ido embora. Mãos para o alto, se ajoelha e

fica parado. Volsak percebe e se levanta para impedir isso. Um soldado soviético

percebe e abre fogo acertando Volsak em cheio. Descarrego minha MP3008 ten

tando salvá-lo. Erna arremessa uma granada para chamar atenção. Nada. Termi

nam de metralha-lo e com a mesma rapidez, atiram em Heindal bem na cabeça.

O corpo dele tomba sem vida e eles se voltam contra nós. Ertha atira e derruba 2.

As mulheres do nosso grupo começam a recuar para trás de um prédio demolido.

Ertha faz o mesmo e Marija puxa Erna e ambas somem entre escombros. Lale e

Lili ficam comigo e enfrentamos os Soviéticos com mais cinco mulheres. Atiro e

atiro muito. Agora uso minha STG 44.. Consigo pegar 1 soldado. Então chega nos

so comandante, o coronel, com um grupamento e enfrenta os russos frente a fren

te. Confronto mortal pois, vejo soldados caírem dos dois lados. Inclusive o próprio

coronel. Isso deixa minhas parceiras desesperadas e elas seguem o rumo das ou

trás. Fico só. Atiro contra um tanque russo que se aproxima. Atira e quase me

acerta. Tomo o rumo das outras e corro entre os escombros. Sigo por um corredor

de entulhos e vejo Erna pulando um muro quebrado. Faço o mesmo e vejo as mu

lheres tomarem o rumo do Sul. Corro muito e me aproximo de Erna. Chegamos per

to de todo o grupo e vejo tanques Panzer formarem um cinturão. Se dirigem para

a praça com bastante vontade. Passamos por eles em grande velocidade e não

protestam. São cordiais e abrem caminho. Passamos por um grande número de

soldados de infantaria andando no meio dos Panzer. Entramos por uma rua larga.

Depois vamos para o meio de uma vila e passamos a nos posicionar ali. Estou can

sada e me sento. Olho para Ertha e não mais vejo aquela mulher brava e decidida.

Vejo uma menina cheia de medo. Está estampado no rosto dela. Parecemos mais

um grupo de desalinhados do que auxiliares de campo. Talvez foi isso que permi

tiu nosso recuo pois, não estão aceitando soldados recuarem. Apenas riem ao nos

verem correndo armadas. Acham graça. Mas nós não achamos graça nenhuma.

Nos reagrupamos perto de uma igreja, ao lado dela e sentamos. Ertha parece ter a

minha idade mas, nesse momento, parece uma adolescente desorientada. Esta

mos perto de casas de grande porte. Não vemos uma pessoa sequer. Todas escon

didas. Resolvemos nos colocar atrás da igreja pois, esta é de pedra. Olho para o

grupo que está comigo e vejo que somos um grupo de 65 mulheres. Estamos to

das apavoradas. Sentamos encostadas na parede da igreja e verificamos nossas

armas e munições. Olho para todas e para Ertha e pergunto :

- O quê faremos agora? - Olho bem dentro dos olhos de Ertha.

- Tentarei um contato com o comando! - Disse ela olhando para os lados - descan

sarei um pouco e depois procurarei alguém do comando da tropa que chegou.

Então reina um silêncio entre nós mas, um barulhão da batalha ao nosso lado.