Uma Rosa para Berlim - Verdades que esconderam 5.

Pego no sono rapidamente. E acordo tão logo escuto barulho de explosões

vindas de longe. Vejo Volsak chegar rapidamente com um grupo de apoio. Estes

chegam trazendo novas armas. Vejo Frøya se dirigir a ele e escuto a conversa.

- Estamos trazendo novas armas para as meninas. São fuzíis de assalto para que

não dêem rajadas vazias. Tiro seletivo por favor.

- O quê está acontecendo? - Pergunto me intrometendo. O tenente me olha.- mere

cemos saber.

- Há rumores de cerco a Berlim! - Disse Frøya com ar menos inocente - Tropas se

aproximam rapidamente. Temos que estar preparadas!

- Usaram 2 armas cada: a pistola metralhadora e o fuzil de assalto.

- A coisa é tão grave assim? - Pergunto intimada.

- Se acontecer algo... - Disse Frøya me tocando no ombro esquerdo - estaremos

deslocando armas para a SS. Se for preciso lutaremos!

- Vão dormir agora! - Disse Volsak ao ver que seus soldados terminaram com o

transporte - as duas assumem a informação às outras. E se retira apagando a vela

que estava acesa. Vou ao banheiro e depois me deito.

Um enorme barulho! Rajadas de metralhadoras! Barulho de esteira de tan

que. Barulho de botas correndo.

- Acordem suas preguiçosas! - Gritou um sargento gritando e depois o vejo cair

baleado mortalmente. Grito de pavor. As outras garotas acordam apavoradas.

- Não entrem em pânico! Não entrem em pânico! - Grita seguidamente Frøya - pisto

la metralhadora e um fuzil de assalto para cada uma. Nina! - Gritou me procurando

com o olhar - assume a distribuição!

E o faço com rapidez. Lale vem em meu socorro e me ajuda. Outras se posicionam

com as caixas de munições. E o barulho aumenta e vejo desespero nos olhos das

Mulheres. Poucas como eu já esteve em um campo de batalha. Agora é real e me

parece pior pois, não se trata de um combate em um lugar da Alemanha mas, é um

combate no coração do país. Derrota aqui será o fim. Corro para a saída e Volsak

está retirando o corpo. Escuto muitos tiros e explosões.

- Segurem um pouco! Vamos liberar a saída. Soviéticos estão a cerca de 500 me

tros. - E desaparece saindo da porta após dar longas rajadas. Vejo a semi-clarida

de do amanhecer do dia 21 de abril de 1945. Tudo parece um conto de terror. Vejo

o corpo do sargento ali, jogado. Olho para todas as meninas atrás de mim com

cara de pavor. Olho para fora e vejo soldados feridos, mortos, alguns recuando e

um tanque avariado. Projéteis cruzam minha frente seguido de uma explosão.

- Se abaixem! Se abaixem! - Gritou Frøya se jogando no chão. E todas nós fazemos

o mesmo incondicionalmente. Aguardamos novas ordens enquanto do lado de

fora parece um inferno. Estou à frente e estou nervosa.