Uma Rosa para Berlim - Tulipas de Lágrimas 3.
Chegamos na penumbra. Velas acesas e alarme de bombardeio tocando.
- Posso escrever um livro sobre vocês ! - disse Heindal rindo - valeu conhecer
todas vocês. Sei de tudo e como narrar a história.
- vamos ganhar algum dinheiro com isso ?- pergunta Lale rindo- Sério isso !
-Se eu não morrer até lá eu converso sobre isso ! - disse ele rindo e acendendo o
charuto que já está na metade - ou se vocês estiverem !
Saio dali e vou para cima e vejo pessoas passarem correndo pela rua. Observo
e vejo dois caças passarem no céu escuro. Uma explosão ao longe e gritaria. Vou
para o meio da rua e vejo muito desespero. Pequeno bombardeio e muitos tiros
de metralhadoras. Vejo uma mulher com uma criança de colo passar correndo.
Volto para o esconderijo e vou descansar. Ouço rajadas por perto e uma gritaria
de enlouquecer. Subo para a superfície e vejo um estrangeiro armado e encurrala
do. Ele atira várias vezes e tenta correr. É alvejado e vem em nossa direção. Hein
dal saca de uma pistola e grita :
- É melhor se render, filho! Sairá vivo daqui!
- Não me rendo a malditos! - Gritou ele com muita raiva no rosto. E dispara várias
vezes. Nos escondemos atrás dos entulhos e Heindal dispara sua pistola várias
vezes. Não acertou! A SS chega e começa a trocação de tiros. Bombas voltam a
cair e uma delas cai por perto e o estrangeiro é alvejado mortalmente. A SS chega
e revista o cadáver. Faz sinal para desaparecermos. O que fazemos rapidamente.
Descemos e vou dormir. Estou cansada. Caio no sono.
Manhã do dia 2 e eu levanto ouvindo barulho de bombas denovo. Gritos e mais
gritos e já sei que a cidade está sendo atacada.
Gritos de mulheres e crianças chega a ser uma melodia para meus ouvidos.
Todos esses barulhos já venho ouvindo a muito tempo. E assim segue o dia2.
Vivemos como ratos em tocas. Já faltam água e energia no lugar.