Uma Rosa para Berlim - Rosa violentada 2 .
Andamos por toda a cidadezinha na manhã e paramos para almoçar em uma
pensão bem familiar . As pessoas nos olham como algo diferente na cidade. E eles
tem razão pois, as mulheres da cidade andam bem vestidas e nós, nos vestimos
como refugiadas de guerra , o que somos pois, somos andarilhas vagando de uma
situação para outra. Estamos sempre nos metendo em encrencas. Sempre nos co
locam nela mesmo a contragosto. Assim somos e assim viveremos até que tudo
se encerre ou se acabe. Ou morreremos antes que tudo se encerre. Saimos dessa
cidade e partimos para outra antes do anoitecer. Mas agora não precisamos da
prostituição. Temos algum dinheiro conseguido. Dormimos ao relento e acorda
mos no dia 27 em uma praça.
- Quem são vocês ? - pergunta o chefe de polícia local nos intdrpelando.- o que
fazem aqui e o que pretendem ?
- Somos de Berlim e estávamos em Wesel lutando.
- Ah sim ! - disse ele rindo - e eu sou Hitler em pessoa !
-Tenente Gerda Maria ! - disse Gerda mostrando seu pequeno documento - fomos
dispensadas por sermos mulheres e a guerra estar em um rítmo muito violento.
O chefe de policia pega a carteira e olha de ambos os lados. Olha para Gerda e
depois para todas nós. Nina Hübner se antecipa e fala.
- Éramos em 220 mulheres lutando em Wesel e não precisam mais de nós lá.
É só ligar para o comando mais próximo e averiguar.
- É o que vou fazer ! - disse ele olhando para seus policiais - façamcom que elas
me acompanhe.
E é obedecido prontamente. E nós acompanhamos de bom grado pois, sabemos
qual será a resposta que ele terá .
Ao chegarmos na delegacia, esta vazia , somos colocadas sentadas em cadeiras
de madeira todas velhas. Algumas com encosto rachado.
Vejo o chefe de polícia ligar para alguém e falar longamente. Então desliga e vem
até nosso grupo e fala trazendo papel e caneta.
- cada uma fala o seu nome para que eu possa averiguar com mais cuidado.
- Nina Hübner ! - disse levantando o braço. E ele olha e anota o nome e mais al
guns dados.
- A próxima por favor ! - disse ele olhando para mim.
- Nina Schaffer Kohl ! - e levanto minha mão. E ele anota algo mais.
- Erna Kessel !
-Marija Amesberger !
- Ina Grabner !
- Lili Grünberg !
- Lale Gräfe !
- Gerda Maria !
- Você já anotei !- disse ele olhando-a e rindo.
- Gerda Mende ! - disse sem levantar o braço pois, ele já olhava para ela.
Ele se retira e faz nova ligação. Agora bem demorada. Nós ficamos ali aguardando
pela resposta e pelo que ele vai decidir.
Pouco depois ele retorna sorrindo e fala :
- Creio que estão querendo descanso e alguma paz !
- Claro ! - falo prontamente - se isso for possível por alguns dias !
- Ficarão na minha casa por hora ....se me derem o prazer !
- Isso depende muito...
- Tenho espôsa e filhos pequenos em minha casa !- cortou ele as palavras de Mari
ja antes que ela completasse.
- Teremos o prazer de estar em compania de sua familia ! - completa Marija.