O GUERREIRO SOLITÁRIO

O cavaleiro regressa solitário sentado em seu cavalo,

Em seus ombros o estandarte que exibe a bandeira rasgada

Moribundo sob o galope vagaroso de seu fiel amigo

Ambos cansados da tão longa batalha...

Abutres sobrevoam na esperança de uma refeição

E a carcaça ainda com vida resiste ao calor...

Um sopro de vida que sustenta uma folha já caída.

Pobre guerreiro.

A tristeza em seu olhar revela os segredos mais profundos d’alma.

Seu clamor jamais é aceito, e sua sentença é continuar.

Aprendendo a amar tudo a sua volta

Continua sem saber quando sua jornada irá cessar.

Desejos pelo que ninguém almeja

E a dor da derrota e do triunfo aflige sua imperceptível existência.

Repentinamente seu cavalo cai ao chão em suspiro ofegante

E O guerreiro cai ao lado.

Compadecido da dor de seu amigo o guerreiro esforça-se para levantar

Seu corpo doendo por inteiro.

Misericordioso, ainda com lagrimas em seus olhos

Perfura o coração de seu fiel amigo.

Olhando para o céu avista os abutres que esperam sua dura carne envelhecida.

- Não dessa vez! Pensa o solitário guerreiro que levanta e apoiado em seu estandarte se arrasta pela planície árida e deserta.

Pensamentos ao além, e um certo grau de inveja de todos que já passaram a sua frente

Ver amigos e todos que se ama partirem, isso é dor.

Quando irei repousar? Se pergunta o velho guerreiro.

Não é a hora de fraquejar grita seu coração que palpita cada vez mais forte.

E seguindo cansado ferido quase morto, some na vastidão desértica

Engolido pela poeira de uma tempestade que o cerca.

Nunca mais foi visto.

Onde estaria tão corajoso e sofrido guardião?

Muitos dizem que em sua bandeira rasgada

Só havia uma palavra escrita

Era o sinal incansável de sua busca

A esperança que movia sua alma em corpo quebrado e ferido

Rumores de que este guerreiro jamais morreu

E ainda vaga enfrentando os desatinos desejos do mundo

Para proteger e guardar a honra de sua bandeira

Que está escrito a palavra dos sonhos de outrora.

- AMOR!

Que ventos justos e mares calmos, o recebam quando partir meu nobre guardião.

Porém precisamos de você até o fim.

A sombra do valente se fará presente até o ultimo instante.

Esse guardião ainda vive

Em cada um que amamos.

ROGEL ESCOFFEIR
Enviado por ROGEL ESCOFFEIR em 28/03/2016
Reeditado em 05/06/2019
Código do texto: T5587505
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