Garoto solitário.

... E o garoto, crescia reprimido pelos seus próprios medos. Suas idéas o isolavam em seu próprio bloqueio mental. E justamente por isso, sua vida resumia-se a acordar, sentar na frente da TV, dando tempo apenas para fazer suas refeições e necessidades fisiológicas... Não por quê gostava da Tv. Apenas via as imagens e ouvia os sons, sem que nada daquilo entrasse na sua mente. Aos dez anos, o garoto não tinha amigos nem parentes. Apenas uma pessoa, a qual apelidara de pai apenas por quê a pessoa o alimentava. Sem experimentar nem ao menos uma vez, qualquer tipo de afeto, ele cresceu... Saiu de casa e começou a trabalhar... Até que então, conheceu uma garota... Sorridente, em contraste ao seu eterno rosto sério, a garota o fascinou. "Como poderia algo como ela existir?", ele se perguntava. E, de pouco em pouco, foi-se encantando. Tudo era novo, diferente... Mas era bom! E pela primeira vez, o garoto pôde sentir... "Então isso é amor?" E em poucas semanas foi crescendo, crescendo... Mas de repente, eles pararam de se encontrar... O primeiro dia... Foi um grande tormento... "Onde ela estará?!" O segundo dia... O garoto, prestes a surtar, a procurou em todos os lugares possíveis... No terceiro dia... A tristeza o acometeu... Numa pequena lagoa, ela foi encontrada. Boiando... Desacordada... A garota que o fez viver, agora perdeu a vida. Nas tres primeiras semanas, o choro predominou. Até que... No primeiro dia da quarta semana, o garoto foi à lagoa. Nadou até o meio dela... Água até o peito... Então ele agaixou, tampando o nariz. Não tinha o mecanismo de auto-defesa que normalmente se tem. E lá ele ficou, até seu fôlego acabar, sua consciencia se apagar, sua vida se esvair. Teria, por conta de suas poucas memórias felizes, uma lágrima caído, se não estivesse cercado pela água... Até mesmo sua lágrima, não teve direito de cair ao chão pela primeira vez...

Ohnik Santos
Enviado por Ohnik Santos em 24/03/2016
Reeditado em 24/03/2016
Código do texto: T5583425
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