Uma Rosa para Berlim - Uma missão

Muitas mulheres são usadas em fábricas de armamento. Os mêses de 43 vão

se passando e eu vivo feliz com minhas amigas em uma casa que aluguei em um

lugar de classe média baixa. Descansamos no ginal de semana e nos divertimos

muito à noite. Sempre jantamos fora. O clima de guerra está no mundo todo e , nos

jornais só se fala disso. Prefiro não ler muito , apenas relaxar. No dia 10 de abril

de 1943, sábado , estamos descansando em casa a tarde e alguém bate no por

tão. Vou até ele e vejo Liesel-Lotte e sorrio.

- Quanto tempo! - falo abrindo o portão e a abraçando. As outras se aproximam

correndo e todas abraçam ela. Liesel está um pouco triste.

- Entre ! - corro para a cozinha e pego um suco para todas nós . Ina serve.

- Por quê essa cara ? - pergunto sentando ao lado dela - o quê está acontecendo ?

Liesel bébe seu suco e respira fundo. Então nos olha e fala.

- O quê vou falar aqui é de sigilo absoluto ! ...se alguém não quiser me ajudar é

só falar...envolve ajuda a judeus !

- Pode contar comigo ! - falo e as outras respondem a mesma coisa.

- Tenho um grupo de ajuda ao povo judeu que precisa de pessoas que tem trân

sito livre na Alemanha para levá-los para fora do país .

- E quantos são ? - pergunto intrigada .

- Bom número ! - fala ela parecendo esconder algo - trabalhamos ajudando !

- E por quê está nervosa ? - pergunta Nina Hübner.

- Porque temos um grupo de crianças neste exato momento que precisa ser trans

feridos e a SS nos quer pegar.

- Levante a mão quem quer participar ! - diss Lili levantando o braço.

Todas nós levantamos as mãos e Liesel sorri.

- Como faremos isso ? - pergunto séria - o que temos de fazer ?

- Partir para Bonn onde está esse grupo !

- O que estamos esperando ? - pergunta Gerda rindo.

E assim partimos rumo a Bonn ao anoitecer. Partimos de locomotiva e pela ma

nhã chegamos em Bonn . Pegamos uma condução e chegamos em um abrigo

escondido. Lá encontramos um grande grupo de crianças e adolescentes espan

tados. Andamos por todo o abrigo e ficamos ciente do plano.

- Vocês se deslocarão como sentinelas à frente e vão atrair sobre vocês toda a

força policial que nos vier inspecionar.

- Correto ! - falo tocando em minha arma - vamos nos preparar para partirmos.

Nos preparamos e partimos pela manhã. Eu vou a frente e abro caminho viajando

de olhos aberto. Sigo em um jipe comum e viajo tranquila a manhã toda.

Ao meio dia , vejo uma viatura da GESTAPO e então traço um plano de fuga ,

fazendo com que o grupo de judeus siga tranquilo enquanto me persigam.

Coloco o plano em ação e atiro na GESTAPO . Partem para cima de meu veículo

e eu pego outra direção. Guio o jipe por uma rua deserta e sou obrigada a parar

bruscamente. Saio do veículo e disparo continuamente sem parar. A GESTAPO

pára e abre fogo. Me cobro com um véu para que não me reconheçam. Estou de

calças e jaqueta. Corro para um porão e lá tiro esta roupa e coloco meu vestido

o mais rápido possível. Vou para uma mesa quebrada e finjo concertá-la. Arran

jo um martelo que está jogado e começo a bater. Chegam e me olham. Me encos

tam na parede e o oficial pergunta.

- Viu alguma pessoa passar por aqui ?

Balanço a cabeça negativamente e eles me olham e depois saem correndo.

Assim passamos o resto do ano efetuando este mesmo método de transferên

cia de judeus. E sempre dá certo. Ao final do ano nos despedimos de Liesel e vol

tamos a nossa vida normal. Voltamos a trabalhar em uma taberna que abrimos .