O AMANTE SECRETO DE MINHA VIZINHA

A vida é a faculdade mais engraçada que existe. Fatos que somente na vida podem ocorrer, nos levam sempre ao inusitado, que pode ser engraçado ou trágico, como a história que vivi na Década de 90, quando fui pela primeira vez a Holanda...

Tudo acertado e programado, não disse da minha viagem a quase ninguém. Comprei as passagens pela Air France e meu destino era Amsterdã. Eu faria o trajeto Salvador – São Paulo; depois São Paulo – Paris; e no final, Paris – Amsterdã; e quando desembarquei na belíssima capital dos Países Baixos, tudo era novo e diferente.

De ônibus fui até Breda, quase fronteira com a Bélgica. Escolhi Breda, porque uma amiga da Finlândia havia feito uma reserva num hotel dessa cidade, para que fizéssemos uma aventura radical de jipe pelas estradas locais; e nos oito dias que fiquei na região, conheci algumas pessoas; e dentre essas pessoas amáveis, dois irmãos holandeses que gostavam de aventuras com jipes. Um desses holandeses ficou cativo as histórias que eu levei do Brasil; e me disse que não conhecia meu país, mas que no ano passado, mais precisamente em 1996, havia namorado uma belíssima brasileira (e me disse o nome dela), durante uma viagem que ele e amigos havia feito a Londres.

A brasileira que meu amigo holandês havia namorado tinha um nome diferente; e aquilo me chamou a atenção, porque minha vizinha, com praticamente as mesmas características, atendia pelo mesmo nome, mas coincidências haviam, da mesma forma que era mais provável que fosse outra pessoa. Essa minha vizinha era casada, tinha dois filhos e eu não sabia que ela havia estado em Londres; e por esse motivo, nem disse nada ao meu amigo, muito menos fiz mais perguntas.

Esse meu amigo contou que em Londres ele e essa jovem brasileira muito linda, havia tido um romance tórrido, com direito a festinhas em que muitas pessoas participaram; ou seja: que eles haviam curtido uma espécie de swing com outros amigos londrinos. Era uma história cheia de detalhes picantes de jovens que gostavam de curtir a vida sem muitos limites...

A minha viagem terminou; eu apenhei o contato de meus novos amigos holandeses; minha amiga votou para a Finlândia e eu para o Brasil. Assim que cheguei em casa, tratei de revelar as fotos e lá estavam todos os amigos aventureiros, inclusive os holandeses que conheciam a tal brasileira.

Na primeira oportunidade que tive, já com as fotos reveladas, tratei de mostra-las aos meus vizinhos; e quando revelei ao casal que morava ao lado de minha casa, que eu havia estado na Holanda, minha vizinha arregalou os olhos; e para minha grande surpresa, quando ela viu as fotos e enxergou meu amigo holandês; minha vizinha quase teve um infarto. Seu marido, que também via as fotos, chegou a indagar o “porquê” de tanto espanto, já que eram fotos simples com pessoas mais simples ainda? Mas sua adorável e bela esposa saiu pela tangente; e naquele momento eu tive a certeza que minha vizinha era de fato a tal brasileira linda que os holandeses haviam falado.

O tempo passou e no dia seguinte, após a saída de seu marido, minha vizinha me procurou para saber detalhes sobre aquelas pessoas e aquela viagem; e me revelou que, coincidentemente, conhecia aquelas pessoas que eu conheci, mas que esse assunto deveria ser deixado como um segredo nosso, porque seu marido podia interpretar errado!

Eu jurei que jamais revelaria a sua história e sala súplica; e ela, minha vizinha, revelou grande parte de suas histórias fora do casamento; e não que essas histórias me deixaram mais ou menos intrigado, mas elas serviram para me mostrar que nem sempre o que parece é; e que nem sempre o que não parece, pode deixar de ser...

Coincidências podem existir, mas eu sempre acreditei que os destinos estão ligados desde sempre; e que mais dia, menos dia, as pedras se batem e geram muita energia; assim como gerou em nós, eu, minha vizinha e meus amigos holandeses...

Carlos Henrique Mascarenhas Pires

CHaMP Brasil
Enviado por CHaMP Brasil em 06/03/2016
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