Uma Rosa para Berlim - Saindo do Teatro de Guerra

Começa o mês de maio e avançamos sobre a Criméia. Atacamos e somos ata

cados . Os panzers avançam e começam a impor derrota aos Russos. Entramos

por um vale e atacamos os Russos. Começa um vai-e-vem de combate. Ora avan

çando , ora recuando. Temos apoio de artilharia. Certa tarde descansamos pois,

os Russos começam a ceder terreno. Nossas tropas avançam sobre a Crimeia e

no dia 16 de maio retoma Kerch . Ficamos em Kerch por um mês e então smos

avisadas que estão marchando para Stalingrado e vão precisar de serviço médi

co e de apoio. Somos enviadas para compor a tropa de apoio. Olho para a Crime

ia e choro por saber que Sigrun ficou enterrada lá. Lale esconde a cabeça entre

as mãos como se quisesse esquecer o que houve ali.

Começo de junho estou baseada em uma tropa que avança para Stalingrado.

Durante o mês de junho fazemos treinamento em um terreno ingreme . Fazemos

todo um treinamento com soldados preparados. O acampamento é imenso e sem

pre recebemos cantadas. Acabamos sendo deslocadas para a área longe das tro

pas pois , o comandante local achou que estragaríamos os soldados. O lugar pa

ra o qual fomos é um posto da retaguarda que recebe material bélico para redis

tribuição. Assim , enquanto ficamos ali, as tropas avançam. É um lugar quase er

mo e sem vida. Tem uma pequena ponte e um riacho bem limpo.

Certa manhã vemos um grupo de mulheres serem levadas para lá. São Russas

com o pavor estampado nos olhos. Estão sendo estupradas. Eu e Gerda nos apro

ximamos armadas. Atiro ao lado de um soldado que estupra uma jovem.

- Desapareçam daqui e larguem elas em paz ! - grito nervosa e quase disparando.

O soldado me olha e sorri. Solta a jovem que chora.

- Quer que eu faça com você?- e vem nú em minha direção - sem problemas !

Disparo ao lado dele e ele pára assustado.

- Está louca ? - grita ele nervoso e assustado.

- Estou e não pensarei duas vêzes em atirar na sua cabeça se der mais alguns

passos ! - aponto a arma para a cabeça dele.

- vai ! Atira ! Puta safada ! - Gritou outro soldado que chega com o restante - vou

estuprá-las na cadeia , vagabundas !

Fica me olhando e rindo. Olho para as garotas nuas chorando e escuto uns tiros.

Erna e Marija chegam atirando nos estupradores. Nina Hübner chega dando os

tiros fatais. Vejo 10 soldados Alemães tombarem mortos ali mesmo. As Russas

se juntam. Algumas estão tremendo e outras sangrando.

- Que porcaria fizeram aqui ? - gritou um sargento chegando com um grupo de sol

dados - soltemas armas !

- Estavam estuprando as mulheres ! - Grita Lale olhando para ele.

- Problema delas !- gritou aborrecido - deveriam ter me chamado .

- O que faria ? - perguntou Ina chegando de braços para o alto - os prenderiam ?

- Não ! - disse ele rindo - participaria da festa ! - e gargalha.

Uma rajada desferida por Lili derruba a metade deles. Inclusive o sargento que

agoniza. Atiro na cabeça dele interrompendo seu sofrimento. Os outros se ren

dem amedronrados e deitam no chão ao sinal de Lale.

- O que faremos agora ? - pergunta Lale nervosa - isso é traição ! - e olha para os

soldados vivos.

- Vou liberar vocês ! - gritou uma vóz masculina de longe - detesto estupradores!

Vejo um Major se aproximar com uma compania. Soldados bem armados.

- Sabia que esses porcos faziam isso e queria uma chance para afastá-los da tro

pa - olha para os vivos que restam - vou me incubir de acusar cada um deles.

- E o que fará conosco ? - pergunto meia assustada.

- Vou deslocá-las para a Alemanha ! Uma fábrica de peças de aviões.

Sorrio ao ver sinceridade na vóz dele.

E somos mandadas de volta para a Alemanha. Uma pequena fábrica fora de

Berlim. Passamos o resto do ano aprendendo a tornear e limpar peças e ver mon

tagem de avião de combate.

1943 chega e já somos mecânicas de avião. Somos deslocadas para um aero

porto militar onde somos ajudantes de mecânico.