Uma Rosa para Berlim - Derrota na Criméia.
Sonho com tiros ou está acontecendo ? Gritos e mais gritos e me puxam pelos
cabelos me levantando. É Sigrun nervosa e armada.
- Inimigo à vista ! Ao combate ! - sai da barraca correndo.
Saio me ageitando e apenas escuto tiros pois, ainda está escuro . Soldados cor
rendo com meu grupo. O corpo pede comida. Temos que agir rápido. Soldados
avançam à frente e nós ficamos em forma esperando ordens.
- Sentadas ! - gritou Sigrun nos olhando - ficaremos aguardando !
Vejo soldados desaparecerem na noite. É oferecido nosso desjejum sem fazer
mos nossa higiene. Pouco depois o silêncio reina e somos liberadas para nossa
higiene . Logo depois, com dia claro , partimos para o outro lado da montanha.
Chegamos em uma planície que nos deixa em campo aberto. Os soldados se es
condem em trincheiras e atrás de pequenos montes. Tiros de canhões ecoam e
vemos aviões ao longe atacando. São rechaçados e outros chegam mais ferózes.
Os dias passam com aquela mesmice que mais parecem treinos. Janeiro pas
sa e nosso trabalho, o do grupo feminino , é vistoria de armas e recepção de mu
nição. Somos um almoxarifado das tropas Alemãs que agem na Crimeia. Feverei
ro entra e vemos o clima amenizar um pouco. Vêz ou outra escutamos barulho
de combate e apenas corremos para apoio de ração e munição para os soldados.
Fevereiro finda e agora somos obrigadas a reagir. Os Russos chegam com toda
força e entramos em combate. Nosso grupo é levado para as colinas e tentamos
rechaçar o inimigo. Tanques avançam rápido e os recebemos com bazukas e mor
teiros. O contra-ataque funciona . Sigrun nos encaminha para perto de uma trin
cheira. Nos colocamos ali e disparamos nossas armas. Marija quase é alvejada.
Erna a cobre dando rajadas e eu me posiciono.
- Fiquem ai ! - corro e disparo contra um grupo de soldados Russos. Estes quase
me acertam. Sigrun aparece com Ina e Lale e me cobre.
- Está louca ! - Nina Hübner fala me puxando pela roupa - fique aqui no seu lugar!
Lili usa granadas e as arremessa contra os soldados . Gerda aproveita para se
lançar à frente e acerta uns 3 Russos que tombam feridos.
- Cuidado ! - Grita Sigrun disparando sua pistola e cobrindo nossa fuga pois, um
tanque Russo chega limpando o setor. Alguns de nossos compatriotas tombam.
- Voltem ! Voltem ! - grita um sargento muito apavorado. Ele foge e quase é alve
jado. Consegue fugir para trás de umas pedras. Fugimos logo depois e vamos pa
ra nosso acampamento. Sigrun corre a frente e chegamos no lugar que fora o nos
so acampamento. Já foi pois, está todo destruido. Soldados caidos feridos e mor
tos. Sou arremessada para o lado com uma explosão e fico tonta. Tudo gira ao
meu redor. Caida, Marija me ajuda e então vejo Sigrun voar pelos ares. Grito.
- Sig ! - corro até ela e vejo projéteis picarem o chão à minha frente. Erna me pu
xa e me protege. Caida atrás de uma padra , vejo o corpo estraçalhado de Sigrun.
Lale chega até o corpo inerte de Sigrun e chora em silêncio. Não há mais vida ali.
Corro e o toco. Outras explosões e me puxam pelos cabelos pois, perdi o capace
te. Começa um tiroteio e tenho que me defender. Atiro e atiro muito. Minha muni
ção acaba e corro para longe dali com minhas amigas. Deixo para trás o corpo
de Sigrun pois, somos obrigadas a evacuar ou morrer. Prefiro correr com todas
e todos os soldados. Somos obrigadas a evacuar muito rapido pois, os Russos
invadem a localidade e evacuamos toda a tropa.
Março significa grande derrota para mim. Ficamos baseadas fora da Crimeia.
Os dias que se seguem são tristes pois, perdi uma amiga e protetora. Voltamos
a tarefa de almoxarifado enquanto o comando de meu país planeja retornar .
Março vai embora e sabemos de pequenos ataques à Crimeia. Abril entra e
mandam nos preparar para um ataque de maiór potência. É meado de abril de
1942. Estamos treinando a todo vapor.