Visão do bispo mais cedo
Já batizado, coube-me aspirar à crisma. Era o segundo sacramento que estava no caminho, senão da santificação, o do bom cristão. E a oportunidade surgia quando em visita pastoral o bispo aparecia. E toda garotada se reunia para aquela liturgia. Meu cálculo é que entre três ou quatro anos eu teria.
A igrejinha, pouco além de uma capelinha, era a de São Gonçalo do Brumado, ainda a antiga onde os atos religiosos do povoado eram celebrados. Sem ainda me dar conta da relevância dos sacramentos, fui parar nos braços de tio Antônio que fora escolhido para padrinho e que na ocasião se enfarpelara em seu terno de linho. Em meio ao burburinho, o celebrante chegaria num instantinho.
Mas qual não foi para mim o sobressalto ao ver aquela figura eclesiástica com aquele capello episcopal que me pareceu tão ameaçador de minha integridade infantil. Infantilizado, vazei-me pelo lado mais liquejacente: com urinada potente, peguei os braços de Titonho como recepiente.
Os impropérios, continuei a ouvi-los horas depois, por um tio zangado que se pudesse teria era me excomungado.
Mas pior seria, penso e peno hoje com meus botões e senões, era ter-lhe cagado...