Uma Rosa para Berlim - Pós bombardeio .
Voltando , lembro que não tenho mais casa. Esta
em pedaços se encontra. Minhas amigas ali não se
encontram pois, estão assistindo os feridos.
- Poderia ir até o hospital pegar mais curatibo ?- Dis
se uma vóz rouca às minhas costas - Preciso de aju
da ! Alguém precisa ir lá .
Me viro e vejo um velho sargento em um jipe tão ve
lho quanto ele me solicitando . É da equipe médica.
Subo no jipe de pronto e falo :
- Vamos lá !
- Sou grato ! - fala ele rindo - aposto que de outra
vêz não aceitaria entrar no veículo !
- Toque o carro ! Temos que pegar o material ! - falo
rindo e tocando no ombro dele - vá rápido !
E o sargento guia o veículo por ruas esburacadas.
- Não foi tão grande o efeito do nombardeio ! Apenas
algumas áreas foram mais afetadas ! Fizemos piór
em Londres ! Fomos mais objetivos !
- Para quê tudo isso ? - pergunto olhando para ele en
quanto dirije .
- Nós seres humanos somos loucos ! - afirma ele mui
to sério - temos a mania de nos acharmos superiores
e melhores que os outros. Sempre foi assim : Os Gre
gos, os Romanos , os Inglêses , nós e todos os outros
e , - olha para mim e sorri - há os oportunos sangues
sugas que se aproveitam de situações como essa !-
e desvia de pessoas espalhadas pela rua - os Ameri
canos vão se aproveitar disso e emprestar finheiro
a preço alto. Ou vencemos o que iniciamos ou sere
mos julgados ao perdermos a guerra. Na verdade é
uma guerra de vilões.
- Sim ! - falo consentindo - A igreja cristã fez o que
fez há séculos e fecham os olhos ! Os escravocra
tas fizeram isso por muito tempo e nenhum pais
foi julgado . Todos os reis e rainhas estão na posi
ção porque saquearam, pisaram pessoas, sugaram
e sugam o sangue dos mais humildes...
- Os ingleses se julgam superiores mas...- vira o jipe
à direita - se submetem à monarquia : bando de idio
tas hipócritas que ganham sem fazer nada. Às cus
tas do operário que soa para ter o que comer no dia-
a-dia...Na India é a mesma coisa ! - e para o jipe em
frente de um hospital superlotado. Saimos e vamos
direto para o almoxarifado. Pouco depois saimos
com o material pedido. Agora vamos calados e logo
chegamos lá . Lale e Erna vem pegar o material de
ajuda e começa a distribuir entre os médicos.
As horas passam e chega a manhã do dia 9. Uma
equipe do exército chega com alimentos e distribui
para todos. Também como.
Antes do meio dia , Erna nos reune e fala :
- Vamos para a minha casa porque aqui não temos
mais nada. Inclusive já peguei nossos documentos
e o que deu para salvar - mostra uns sacos ao lado
de um caminhão - aquele veículo vai nos deixar em
minha casa. Soube que o lugar ficou intacto.
E assim embarcamos com um grupo de soldados
e outras pessoas.