Uma Rosa para Berlim - O bombardeio.
Acordo com a cirene tocando. Erna está acordada
e corre para a janela. De repente uma explosão faz tu
do tremer. Vou até minhas roupas e me visto apressa
damente. Barulho de metralhadora anti-aérea ajuda
a quebrar o silêncio. Todas se vestem rápido. Pesso
as gritando na vizinhança. Crianças desesperadas.
- Vamos para a rua ! - grita Nina Hübner em desespe
ro e indo até a saida.
Uma explosão bem próxima faz Nina Hübner parar.
- debaixo da cama ! - grito eu dando o exemplo.
Um estrondo e a parede da frente da nossa casa
cai. Levanto desesperada e grito.
- Para fora ! - Todas nós corremos para a rua e o que
vejo é bomba caindo nas redondezas. No espaço aé
reo vejo bombardeiros inglêses despejando bombas.
Ouço metralhadoras anti-aérea respondendo. Grito de
pessoas correndo. Soldados desesperados correndo
de arma na mão. Infelizes os que atacam de noite po
is, são grandes covardes pois, a Alemanha faz o ata
que durante o dia. Corremos para o outro lado da rua
e vemos nosso comércio ser explodido com uma bom
ba que cai encima.
- Pelo amor da Mãe ! - gritou Ina apavorada - acabou
conosco ! Acabou com nosso sustento !
Canhões disparam seguidamente. O céu se ilumi
na com os tiros. A cirene continua tocando. Pessoas
gritam na vizinhança e vemos uma casa desabar. En
tão corremos para ajudar. Nina Hübner mete as mãos
nos destróços e grita :
- Me anudem aqui ! Tem pessoas soterradas !
Corro para junto dela com as outras e retiramos os
destróços. Uma menina de uns 10 anos é retirada por
Nina Hübner. Sai um pouco arranhada. Eu e Ina puxa
mos um idoso machucado na canela. Depois retira
mos uma mulher de uns 35 anos e um garoto de uns
12 anos. Colocamos eles na outra calçada.
- Tem mais alguém ? - Pergunta Marija vasculhando
os destróços.
- Não ! - Fala a menina . Vizinhos socorrem com remé
dios de primeiro-socorro. Toda a vizinhança corre pa
ra longe do lugar bombardeado.
Os canhões disparam continuamente e o bombar
deio continua. Um tanque armado de metralhadora
anti-aérea chega fazendo disparos na noite.
As explosões cessam no lugar e se escutam ex
plosões ao longe . Vontinuamos na rua contabilizan
do as perdas. Lale está chorando e Lili a abraça. Vou
até onde era nossa loja e vejo que não restou nada .
O fogo aparece e se alastra pelas toalhas de mesa.
- Que porcaria ! - falo bem alto - estávamos indo tão
bem ! - pego alguns talheres sujos de terra - poxa!..
- Pelo menos estamos vivas ! - Disse Erna me abra
çando e beijando minha cabeça - Isso importa !
- Verdade ! - Disse Gerda Maria pegando uns cacos
de vidro que eram de um copo.
O bombardeio continua em Berlim e, mais tarde ,
acaba e a população civil contabiliza as perdas.
As primeiras horas do dia 9de maio de 1945 pa
recem se arrastar.