Uma Rosa para Berlim - Tiroteio na Pensão.
Escuto batidas na porta e levanto. Todas levan
tam. Uma senhora bem vestida entra e fala:
- se preparem ! Arrumem as camas ! - e sai btusca
mente. Bate a porta e desaparece. Nós nos apronta
mos e descemos sob a liderança de Gerda que, está
com cara de sono. Quando chegamos na escada, ve
mos homens entrando rápido no escritório. Vemos
vários militares entre eles. Brenner parece desconfia
do de algo e entra sorrateiro. Descemos rápido e va
mos para o refeitório. Fazemos nosso desnejum e
drpois boltamos para o quarto para escovar os den
tes . Vejo Gerda sair rápido e não falar nada.
Nos penteamos e preparamos para drscer. Gerda
chega a frente de alguns homens que carregam cai
xas de madeira. Todas estão com ferrolhos abrrtos.
- Fiquem por aqui ! - fala Gerda aos homens.
- Estamos tranquilos lá embaixo ! - disse o mais ve
lho - Guarde isso para caso de recuarmos .- e desce.
- O que está acontecendo ?- pergunta Lale se aproxi
mando - Parece caixa de armas e munições !
- E é ! - responde Gerda Maria - soubemos que pode
acontecer algum ato dos inimigos por aqui !
- Por quê ? - pergunto entrando na conversa.
- Fomos avisado que a inteligência Inglesa estaria
usando como base , uma casa noturna !
- E por quê seria essa ? - perhunta Erna.
- Pode ser tantas outras mas, essa é a mais escon
dida e a mais estranha em termos de convidado.
- Eu achei isso ontem à noite ! - disse Sigrun.
- Também achei isso ! - falei indo até a escadaria.
Então vejo civiís armados entrar correndo e atirar nos
seguranças. Fico assustada e Gerda saca da arma
e vem até a escadaria. Uma rajada em direção a nós
é dada e Gerda recua. Eu me abaixo e vejo alemães
tombarem mortos. Inclusive a mulher que nos acor
dou. Entram na sala reservada e escuto muito baru
lho de tiros. Gerda me entrega uma pistola e eu atiro
no homem que se aproxima da escada. Ele tomba.
Muitos tiros são dados no prédio. Fico no corredor
junto a escada e retribuo os tiros. São todos certei
ros e ficam com medo de tentar subir. Gerda dá apoi
o e Erna chega junto. Sigrun fornece munição.
Muito tiro ocorre e vejo nossos conterrâneos ca
irem como fruta podre. Brenner aparece armado e
atira em minha direção. Gerda me puxa me salvando.
Todas as garotas que trabalham conosco se unem
a nós e estão apavoradas. Gerda vê que começam a
subirem a escada , pega uma granada da caixa e arre
messa atingindo a escada. Explode e, antes da explo
são, Brenner salta mas , seus amigos são atingidos.
Começa a choradeira de algumas garotas.
- Calem a boca ! - ordenou Sigrun - temos que ficar
quietas ou eles nos caçam ! - e atira em direção aos
homens que estão com Brenner. Acerta alguns.
De repente ouço barulho de muitos veículos chegan
do no local. Muito tiro é dado e agora quem está en
curralado são eles. Vejo a entrada voar pelos ares.
A SS entra com toda a força e vai metralhando tudo.
Muitos mortos. Inclusive Brenner . Logo tomam con
ta do lugar. Gerda grita antes de aparecer.
- As meninas da pensão estão aqui encima !
Colocamos nossas armas ni chão e a SS chega com
cuidado e vai pegando a arma.
- Por quê essas armas aqui encima ?
- Foi o que pude fazer para nos defender ! - Respon
deu Gerda Maria mostrando um papel para o solda
do - Getda Maria da BDM.
Um oficial chega e pega o papel da mão do soldado
e olha para todas nós . Fica espantado e fala :
- Desça com todas e fiquem sentadas na calçada.
Obedecemos e seguimos Gerda. Vamos para fora ,
onde tem muitos soldados, e somos colocadas sen
tadas na calçada. A única de pé é Gerda Maria. Ela
nos olha e faz sinal de calma com as mãos. Logo
depois chega um ônibus que nos retira dali.
- para onde estão nos levando - pergunto olhando
para Gerda que estâ à vontade no ônibus.
- Quando chegarmos saberemos ! ...não é mal-cria
ção ! É que decidiram por nós e só temos que aca
tar . Espero estarmos sendo levadas para algum
lugar menos escravagista.
Ficamos silenciosas e os dois ônibus se locomo
ve pela rua com as pessoas parando para nos vêr.
Somos como animais.