Uma Rosa para Berlim - Servindo os clientes.

Pouco depois batem na porta e gritam :

- Desçam para o almôço ! E rápido !

Nos movimentamos rápido e saimos. Uns homens

armados nos guiam para o refeitório que fica ao la

do do salão de recepção. Vemos outras garotas lá.

Não conhecemos ninguém ! Todas estranhas. Uma

mesa só para meu grupo está no fundo do salão. E

algumas das garotas olham para nós. Corresponde

mos os olhares e resolvemos nos dedicar a comida

que é gostosa : Frango assado com salada e maio

nese e outras iguarias. Colocam um vinho barato pa

ra o acompanhamento. Enquanto comemos, apare

ce um jovem oficial da SS e uma mulher de baixa es

tatura, voluptuosa , olhos claros e sardas e longos

cabelos loiros com alguns tons ruivos . Está com

roupa da liga feminina Alemã. O oficial é ruivo de

olhos verdes e bem alto.

- Meu nome é Capitão Brenner e esta é Gerda Maria

do campo de Ravensbrük. - olha para cada uma de

nós - Gerda Maria é da idade da maioria de vocês e,

vai ser a monitora do grupo recem-chegado...- olha

para Sigrun e para Nina Hübner - conto com a ajuda

de vocês ! São mais velhas e podem ganhar muito

com seus apoios. - e se retira deixando Gerda Maria

nos observando atentamente.

Acabo de almoçar e as outras também. Bebemos

todo o vinho da mesa e somos guiadas por Gerda

Maria para nossos aposentos. As outras meninas

seguem para os aposentos delas. Escovamos os

dentes e bemos Gerda nos esperando no quarto.

- vou levá-las para o salão de beleza !- disse ela

muito séria - Só um retoque !

- Para quê isso ? - perhunta Liesel espantada.

- Não pergunte ! - disse Gerda Maria olhando-a - cum

pra e pronto ! - vai até a porta e faz sinal para os

soldados bihiarem.

Assim passamos o resto do dia no salão. Tran

çaram nossos cabelos e nos deram roupas novas.

A noite chegou e ficamos arrumadas. Começa

ram a chegar convidados e se iniciou um baile.

Coube a cada uma de nós servir de dama de

dança de cada um dos homens presentes. E serví-

los bebidas e mais bebida. Eu sentava no colo do

homem que estava comigo e o fazia entornar a cham

pagne mais cara. Ele se sentia um rei e eu o achava

um idiota. Nada mais foi solicitado a cada uma de

nós ! Apenas servir, dançar e rir com as piadas idio

tas deles. Liesel parecia confusa e isso deixava os

homens doidos. Brenner acompanhava tudo de lon

ge. Gerda Maria parecia pouco à vontade e parecia

mais uma nossa protetora , do que uma monitora.

Homens estranhos entram e vão para uma sala

reservada. Nós ficamos com o restante do pessoal.

Noto um olhar de preocupação de Gerda Maria.

O capitão Brenner segue para a reunião.

Mais tarde somos liberadas e Gerda Maria fica

com a décima cama. Todas nós tomamos banho

e vamos dormir. Gerda é a última a se deitar. Demo

ro a pegar no sono e, quando pego no sono, já é a

primeira hora do dia 6 de fevereiro de 1941.