Uma Rosa para Berlim - Terça-feira feliz

Terça feira, 12 de novembro de 1940. Acordamos

por volta de 10 horas. Sou a primeira e tomo meu ba

nho. As outras vem a seguir e eu vejo Nina Hübner

aparecer diante de mim com um pacote de dinheiro.

- O quê é isso ?

- Seu dinheiro que ficou lá ! A parte de Alder que te

pertencia ! - estende para mim - É seu , menina !

- Se é meu... vou fazer umas compras.

- Eu já tenho o mantimento nescessário , Nina ! - dis

Lale chegando na sala - compre roupas !

- Prefiro guardar para comprar alimentação , pois ,

os tempos estão ficando difíceis ! É bom economizar.

Erna chega enrolada com uma toalha e fala.

- Pelo menos que compre roupas !...vai precisar !

- Podemos fazer isso juntas ! - falei séria - roupa pa

ra todas ! ...Deve sobrar bastante ainda !

- Faremos isso depois do desjejum ! - disse Nina Hüb

ner correndo para o banheiro. Erna passa a frente.

Depois que todas fazem o desjejum , nos arruma

mos e saimos para as compras. Lale sempre a frente

nos leva para um conjunto de lojas no centro de Ber

lim. Lojas de roupas onde compramos todo o material

nescessário. Comemos algo em uma taberna e depois

vamos para um mercado alimentício. Compramos

muitas coisas gostosas . Algumas garrafas de vinho.

Depois passeamos um pouco e fomos almoçar em

um bom restaurante. Então ficamos olhando o povo

na rua. As crianças estão alegres. Olho para Liesel-

Lotte e a vejo rindo e acenando para um bebê de co

lo. Olho borboletas no jardim ao lado e corro atrás

de uma. Minhas amigas ficam rindo . Quase pego

uma azulada. Passamos a andar pela calçada e chu

tar pedrinhas . Compramos perfumes em uma farmá

cia e material de maquiagem. Absorventes e remé

dios para dôres comum . Depois fomos para casa.

Ainda não entendia o papel de Lale Gräfe para nosso

grupo . É uma líder natural e terei que perguntar a ela

o que será de nossas vidas.

Antes do jantar, eu a interpelo.

- Qual o seu papel para conosco ?

- Me mandaram cuidar do grupo que , foi considera

do rebelde. Meu papel é de monitoramento.

- Eles sabem do que aconteceu comigo , com Erna

e com a Marija ?...somos marcadas pelo regime !

- Lili e Ina são tão rebeldes quanto vocês ! Eu fui

punida com reclusão algumas vêzes por rebeldia.

Meu pai é Capitão de uma compania da Wermarcht

e se sentiu ameaçado por outros oficiais por causa

de meus modos. Arranjou um modo de me botar pa

ra fora para fazer alguma missão importante. Muito

esperto ele , tratou de contatar os pais de Lili , militar,

os pais de Ina , militar e seu tio. Erna e Marija vieram

de presente , bem como Nina Hübner que , conhece

minha familia . Meu pai inventou uma estória e eu

fiquei incubida de cuidar de vocês. Agora Liesel-Lot

te chegou para engordar o grupo.

- Passarão alguma missão para nós ?

- Esse é um grupo de fachada só para me manter

ocupada e nossos familiares no emprego.

Solto uma gargalhada bem gostosa.

Todas nós ajudamos no jantar e Liesel-Lotte faz

uma sobremesa do povo judeu. E é gostosa.

Depois vamos todas para a calçada. Sentamos

olhando para a noite.

- Conte alguma coisa do seu povo ! - Disse Marija

para Liesel-Lotte - conte sobre a tradição !

- Queria ouvir sobre a cabala ! - emendo eu.

Liesel-Lotte começa a falar detalhadamente

sobre o assunto. Isso leva horas e todas ficamos

curiosas. Depois o sono vêm e todas vamos deitar.