Uma Rosa para Berlim - 20/02/1945

- Onde andam Lale Gräfe e Nina Hübner ?- pergunto.

Lili vem até minha presença e fala.

- Deixei o endereço com elas ! Devem estar chegando.

- Em 40 foi Lale e agora é você que junta nosso grupo.

Faço o almôço e todas almoçamos. Então, antes de

finalizarmos o almôço , a ouço batidas na porta e Lili

vai até a porta e abre. Lale e Nina Hübner chegam se

relepes e com bolsas cheias de alimentos.

- Que este dia 20 de fevereiro seja nosso encontro de

finitivo ! - fala Lale retirando uns chocolates da bolsa.

- Tudo indica que Berlim será bombardeada e podere

mos morrer todas ...- Fala Nina rindo.

- Cala a boca ! - disse Erna ficando séria - A Alemanha

vai rechaçar o cerco e vamos ser todas felízes !

- Só brincadeira ! - disse Nina quase enfiando o choco

late na boca dela - Além do mais...nossos guerreiros

são imbatívris...- um silêncio se faz e escutamos ex

plosões ao longe.

Lale Gräfe e Nina Hübner fazem seus pratos e

almoçam. Eu fico a olhar todas elas. Parecem apenas

crianças que não estão nem ai para o que edtá acon

tecendo. Dão gargalhadas gostosas. Estou triste.

-Que foi Nina ? - pergunta Marija me abraçando.

- A Alemanha está cercada ! O quinto exército ameri

cano avança na Italia e os Brasileiros chegaram com

toda galhardia e estão causando estragos nessa fren

te. Inglêses, Americanos e Canadenses chegando...

- Calma Nina ! - Disse Nina Hübner me abraçando.

Minha intuição é boa e sinto algo extranho no ar.

É como se estivéssemos no fim e não há nada que

fazer. Soube dos estupros em massa causado pelos

Russos que chegam com toda a raiva. Justa raiva.

Os estupros em mulheres e crianças não é justo. E

os Americanos fazendo o mesmo. Ordens vinda de

Londres decreta que Alemão bom é Alemão morto.

Matando mulheres e crianças estão nos abatendo

pela raiz. Também fizemos o mesmo na frente Russa.

Na França idem...olho por olho e as mulheres são e

sempre foram as mais prejudicadas em guerras.

Sempre foi assim. Agora só resta defender Berlim

até a morte. Não sei se é defender Berlim ou a nós

mulheres...sempre deixadas de lado...na França ,

as mulheres que sucumbiram aos nossos soldados

estão sendo mortas covardemente. Só queriam so

breviver , enquanto seus homens se escondiam e fu

giam. Estão sendo humilhadas em público e estes

dão gargalhadas. Se houver um tribunal pós guerra,

que todos sejam julgados de acordo com seu crime.

Marija percebe meus pensamentos e acaricia minha

cabeça. É melhor pensar no passado...e meus pen

samentos voltam para a noite do dia 5 de abril de

1937 , quando conheci Nina Hübner e Ingeborg.