Uma Rosa para Berlim - Relaxando no quintal.
Após o almôço me é servido uma taça de vinho do
Porto. Bebo bem devagar e o acompanho até a sala de
visitas. Sentamos no sofá e eu degusto todo o vinho
da minha taça.
- Não acha que sou jovem demais para beber?
- Você é uma vadia e pode tudo ! - fala Josep acenden
do um charuto e fumando com gosto.
- Sabe o que veio fazer aqui ?- Pergunta ele rindo.
- Te alegrar e ir embora com meu pagamento !
- Você vai ficar aqui por uns dias para servir de oferta
da casa para meus convidados.
Vejo no rosto dele um sorriso de deboche. Vi que es
tou encrencada de novo. A fumaça do charuto enche
a sala com o cheiro. Começo a tossir.
- walter ! - gritou ele - Leve a menina para o aposento
dela. - Olha para mim - Suas roupas estão lá.
Entra na sala um jovem de uns 25 anos e faz sinal
para que eu o acompanhe. O que faço de pronto pois,
a sala está cheia de fumaça. Sigo o rapaz que vai me
guiando para o andar de cima. Depois pega um corre
dor a direita e me leva para um amplo quarto com be
la cama, mesa com cadriras e banheiro.
- Escova de dentes, pente, material de higiene estão
todos no banheiro.
- muito obtigado ! - repondo de pronto.
O empregado se retira e eu pego um remédio que está
sobre um papel escrito: " Remédio anti-gravidez".
Tomo o remédio e depois vou ao banheiro fazer mi
nha higiene : escovo os dentes e penteio o cabelo.
Pouco depois saio e fico no quarto olhando tudo.
Depois de alguns minutos ali sozinha , entra Josep
e estende a mão para acompanhá-lo. O que faço.
Me leva até o quintal arborizado. Ficamos ali calados.
Ele fumando seu charuto e eu escutando o cantar de
pássaros. Então vejo um oficial da GESTAPO chegar
seguido do empregado. Josep o sauda.
- Heil Hitler !
-Heil Hitler ! - responde o visitante.
Os dois entram e eu fico sozinha , muito pensativa.
Escuto o cantar de pássaros e relaxo. Ando de um
lado para outro e depois cheiro as rosas. Quase sou
espetada e retiro a mão da roseira.
A tarde avança e eu me sento no gramado. Acabo
me deitando e pego no sono.