Uma Rosa para Berlim - De volta ao passado

Marija dá suco de laranja para as duas e eu faço o

almôço, enquanto Lili conta o motivo de estarem com

agente ali.

Erna se põe a escutar atentamente com interesse.

- Fugimos da BDM e não queremos voltar. Muita utopia

e besteira juntas.

Enquanto contava , eu voava. Me via na minha rua

onde morava. Via Klaus cumprimentando Erna de lon

ge e depois o perdia de vista. Logo virava a esquina e

via Lili e Ina sentadas em uma calçada. As duas con

verçavam alegremente. Via as duas de roupa comum.

- Não foram para a BDM hoje não ?

- Hoje é 20 de novembro e nossos superiores fizeram

uma reunião . - Disse Ina jogando umas cartas de ba

ralho na calçada - fomos dispensadas.

- Queria que bocê seguisse o exemplo delas , Nina.-

Disse uma voz conhecida. Virei a cabeça e vi Rudolf

se aprocimando - Queria que este 20 de novembro de

1935 fosse marcado pelo dia que resolveu entrar

para a Bund Deutscher Mädchen.

- Ela não quer , Rudolf ! -disse Lili sorrindo - respeite-a

e ela podrrá ser convencida depois.

Solto uma gargalhada bem sonora e me sento.

Rudolf não gosta e se retira com feição fechada.

- Vamos na BDM amanhã , Nina ! - disse Ina me olhan

do com ar risonho.

- Vamos dar uma andada por ai ! - respondo me levan

tando e limpando meu traseiro. As duas fazem o mes

mo e andamos pela rua à fora. Passamos por alguns

soldados e estudantes da liga masculina. Estes asso

viam e alguns soltam piadinhas de mau gosto.

Saimos correndo até uma praça e passamos a chei

rar as rosas.

- O que fazem ai meninas da liga feminina?

Viramos e nos deparamos com dois oficiais da SS.

- Fomos dispensadas ! - Disse Lili assustada olhando

para os dois - estão em reunião !

- Deveriam estar em casa arrumando suas casas !

- Elas tem o direito de se divertirem ! - falo muito séria.

- quem é você ? - pergunta um dos oficiais.

- Filha dos Schaffer Kohl ! - respondeu o outro.

- a menina rebelde ? - fala o outro se aproximando de

mim. De um só movimento , ele me segura pelis cabe

los e os puxa. Dou um grito de dôr e ele tapa minha

boca e grita.

- se fosse minha filha iria te ensinar a respeitar seus

pais. Estaria na liga e iria me respeitar.

Me sota e eu me afasto do grupo como que querendo

correr. Lili e Ina me acompanham e saimos dali às

pressas. Largas passadas e nos colocamos longe

deles. Então procuramos outra praça.