HISTÓRIAS DE AUDITORIA – LINGUAGEM INADEQUADA
HISTÓRIAS DE AUDITORIA – LINGUAGEM INADEQUADA
Em um dos plantões mensais daquela auditora fiscal, na repartição pública, um senhor simpático, entrou na sala, cumprimentou e começou a expor as suas dúvidas, ao mesmo tempo em que fazia os questionamentos que considerava necessários.
Após ouvi-lo, atentamente, ela respondeu e explicou com detalhes tudo o que ele deveria ter conhecimento para ajudá-lo a resolver os seus problemas no trabalho, escrevendo o que considerava que iria ajudá-lo a entender mais as suas orientações. Depois desse procedimento, perguntou ao senhor, que prestava atenção a tudo que ela dizia, se entendeu o que foi orientado.
Para sua surpresa, educadamente ele agradeceu todo o tempo despendido com as orientações e disse:
- Desculpe doutora! A senhora foi muito educada, gastou muito do seu tempo me explicando o que eu deveria aprender, mas a senhora fala difícil e eu não entendi uma palavra do que a senhora falou.
Ela abriu um sorriso franco, pediu desculpas a ele e disse:
- Não tem problema algum. Recomeçamos tudo desde o início...
Ajustando a linguagem à capacidade de conhecimento e de entendimento daquele senhor, buscou palavras mais simples, populares, e aos poucos repetiu as informações. Ele saiu de lá contente por ter entendido e com o cuidado que ela teve.
Esta foi uma lição importante para aquela auditora que sempre teve uma linguagem com mais expressões menos usuais, em decorrência da prática antiga de leituras diversas e da própria formação educacional. A partir de então, passou a policiar o que dizia às pessoas nos plantões; chegou ao ponto de abandonar regras básicas da gramática, utilizar diversas gírias, até perceber o erro que cometia e encontrar o meio termo nessa adequação.
Dalva Trindade S. Oliveira
(Dalva da Trindade)
22.01.2016