AS BOLAS DO PAPAI NOEL
Crônica de:
Flávio Cavalcante

 
 
     Ho ho ho... Os sons de sinos avisando que o menino Jesus acabara de nascer... Se não ouvirmos esses sons característicos podemos afirmar que não estamos no Natal. No meu ponto de vista essa simbologia é muito importante na formação física e psicológica de uma criança. É uma magia quando a criança tem essas crenças herdadas de geração por geração.
 
     Nos tempos de outrora o natal era marcante a ponto de se infiltrar no sonho da criança como uma viagem de sonhos. Como era delicioso ver meninos e meninas escrevendo umas cartinhas para pôr na janela ou em cima do sapatinho antes de dormir na esperança de uma visita noturna daquele bom velhinho que vem de tão longe para a satisfação de tantos pequeninos? Por que será que essa recordação não passa de uma imaginação lunática de alguns viajantes do tempo e que vivem lamentando na atualidade a falta desse momento aprazível para as nossas vidas e só hoje que damos conta de como faz falta?
 
     Acabou-se o sonho que fez parte da vida de tantos. Não dá pra esquecer como era gostoso a reunião da família para a montagem da árvore de natal no canto da sala de visitas? Era um momento especial e único que hoje é que sentimos o quanto significa hoje para esta boa recordação.
 
     Soube que este ano um papai Noel postiço estava distribuindo presentes para as crianças de uma comunidade numa cidade grande do Brasil e acabou sendo espancado por vândalos. Seu saco de presentes continham muitas bolas que o bom velhinho conseguiu arrecadar durante o ano na intenção de fazer uma criança sorrir. Lamentavelmente furtaram as bolas de papai Noel. Decepcionado por não cumprir a sua missão de todo ano, o bom velhinho de barba como capucho de neve abandonou o seu trenó e caiu na gandaia. 
 
     Esse retrato de vândalos praticando esses atos animalescos a gente encontra toda hora além de cometer crime até contra o patrimônio público é algo normal nesse país onde Deus foi vítima de impeachment e o diabo assumiu o cargo. 
 
     Onde vamos parar? Vivemos num país onde nem caridade se pode praticar que os lobos do mal estão soltos e famintos esperando um momento certo pra abocanhar. No hoje temos que ter um GPS em mãos para tentar descobrir o lugar e a hora que eles vão atacar. Aliás, somos atacados toda hora.
 
     O papai Noel postiço bebeu aos baldes e a apagou pra o mundo no dia em que ele precisava estar bem acordado. Roubaram o saco de bolas do papai Noel e quando ele acordou saiu perguntando pra todos que passassem pelo lugar se alguém havia visto suas bolas. Uma mulher super estressada se revoltou com a pergunta que ela achou indecente e acabou batendo novamente no bebum papai Noel com a sua bolsa. O ato da ira da mulher fez com que o dito velhinho dormisse por um bom tempo novamente. Dentro de sua bolsa havia alguns enfeites de bronzes que ela acabara de adquirir de uma feira de antiguidades e toda esta confusão foi só porque o dito velhinho do gingobéu só queria saber que roubou as suas bolas.
 
     Não poderia ser diferente num país onde todos medem as pessoas pelas aparências. Nem tudo que se ver de fato é o que é real.
 
 
Flávio Cavalcante.
Flavio Cavalcante
Enviado por Flavio Cavalcante em 13/01/2016
Reeditado em 13/01/2016
Código do texto: T5510247
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.