Dionísio na Terra de Hades

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Acordando de um sono pesado, Dionísio ainda tentava entender o que estava acontecendo consigo... meio anestesiado, cambaleante e vesgo,

tentava fixar os seus olhos no alheio, pensando risonho:

- KI LUGAR SERÁ ESSI!?

Que lugar seria aquele; em que o chão era tão infértil? Regado com

os corpos de muitos homens, em aparente estado de putrefação? Em

aparente estado de improdutividade do tédio?... Dionísio, então os

julgou por preguiça, gritando alegre:

- Ô CAMBADA, TA CALOR PRA KARAI! KI LUGAR DO SERTÃO NÓIS ESTÁ?

E nisso, ninguém respondeu, além, é claro: dos gemidos e os medonhos exclamares de socorro... até quando, de repente, eis que surge em sua frente, uma figura medonha, de pele vermelha, rabo e chifres. Exclamando:

- OLÁ! DIONÍSIO, OLÁ! ESTOU HÁ MUITO TEMPO A LHE ESPERAR!... DIONÍSIO?

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E para surpresa daquele pobre diabo, Dionísio, então feliz, sorrindo, beijando lhe as mãos, o abraçou ao dizer:

- OLÁ, DOUTÔ, COMO VAI RAPAZ! CÊ SABI ONDE NÓIS ESTAMO, SABI?

E o Diabo, sentindo-se acanhado pela primeira vez, inútil por não conseguir assustar uma criatura, qual estava num completo e verdadeiro estado Zen, qual, além de tudo, por não ligar a maldade e a feiura daquele horrível mundo. Dionísio, um homem, pela primeira vez conseguira escapar do inferno... sumindo; por não se adequar a linha do pensamento do ódio, da raiva e do medo... ele, na frente daquela criatura desapareceu. Deixando em seu lugar, duas grandes e lindas rosas, que instantaneamente brotaram daquele chão, quais todos ali reconheceram, e nomearam como: esperança & compaixão.

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John Kuallquer
Enviado por John Kuallquer em 09/01/2016
Reeditado em 19/02/2016
Código do texto: T5504917
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