Ao pé d'ouvido.
Anne e Everardo estão enamorados, se ligam a todo momento, como "antes"... Não se desgrudam! Não se sabe se o caso é de paixão ou obsessão, sabe-se apenas que é suspeito.
Ainda noutro dia falavam ao telefone, com o interesse de quem está deveras apaixonado.
- Ah Everardo, não precisa vir, vou de ônibus, fica tranquilo bebê!... No entanto, o homem com os cornos coçando não tem sossêgo. Viver ao lado de Anne é consumição certa, pois a moça açorada, libera feromônio substancialmente. Ainda assim, ele insiste em buscá-la. No que ela finalmente concorda, e diz: - Tá amor, mas não venha de carro, ele está um bagaço, venha de moto. E despedem-se com um suposto "eu te amo", pois ela diz eu também.
Coloca o aparelho ao lado e continua falando com a amiga que presencia o conluio. Diz: - Esta noite dormi tão bem com meu amor, ahhh, que delícia!! Suspira! Acordei no meio da noite assustada, acho que estranhei a cama... Sabe, senti uma falta dele! Estava morrendo de saudade daquele danadinho, quando olhei para o lado e o vi... tão lindo, fechei os olhos e dormi em paz! Não quero que ele venha me buscar, ficar gastando dinheiro, só que ele insiste... A amiga diz: - Se ele quer, então deixa ele vir.... Eles estão retornando o relacionamento. Inesperadamente, ela olha o celular. - Desligou! E sorri dizendo: - Ele tem o hábito de ficar ouvindo, nunca desliga de pronto, e eu finjo que esqueci... Everardo, deve ter ficado satisfeito com o que ouviu "sorrateiramente"...
Em seguida Anne liga para Cláudio. - Oi amor! Com uma voz rouca, quase sussurrando... - Então, saudade... Quando vamos nos ver? Posso sair mais cedo, é só você dizer quando pode... Faça um sacrificio também, venha me buscar, por aqui tem Motel, poderemos ficar juntos umas três horas... Também, logo estarei de férias, combinaremos algo, beijos, te amo!
No outro dia ela chega com ar de satisfação.
- Deu resultado "aquele QZZ" do telefone... e sorri!
Qualquer coincidência terá sido mera semelhança