FAZ TANTO TEMPO
Faz tanto tempo, porém, em sua memória as cenas estão frescas, como tinta em uma parede recém-pintada.
Naquele entardecer de inverno, o sol tinha a cor da abobora madura, e despencava do céu rapidamente, indo se esconder por detrás da mata.
A menina olhava a cena que todo final do dia, gostava de contemplar. O poente, sempre despertava nela um suspiro de admiração.
Porém, naquele entardecer, não havia nos olhos dela, o mesmo contentamento, a alegria costumeira, foi substituida por um véu de tristeza. Um pranto salgado, tinha um gosto antecipado de despedida e de saudade.
O coração estava tão oprimido dentro do peito da menina, batia num ritmo lento, como que aguardando o que estava por vir.
Sua alma tão jovem estava carregando um fardo pesado, pelo medo da perda eminente, a ansiedade angustiante, dava nós cegos, na esperança. De fato sua alma naquele momento estava encurvada pelo peso da solidão que ela sabia, ocuparia o lugar do carinho materno.
Faz tanto tempo, mas, em seus ouvidos, o tic-tac do velho relógio da cozinha, ainda ecoa. Foi nele que os olhos tristonhos da menina pousaram, ele marcava 5:20 da tarde, de uma linda e nostálgica tarde de inverno.
Não foi o antigo despertador quem lhe contou, ele só sinalizou, foi sua alma sensível, muito sensível, quem cochichou-lhe ao ouvido: "Sua mãe acabou de partir. Ela, não foi porque quis. Não, isso não, ela teve que ir, o tempo dela por aqui, acabou".
Quando enfim, horas mais tarde vieram lhe dar a triste notícia, foi ela, quem contou antes a eles.
Sim, no minuto que a mãe deu o último suspiro, ela veio se despedir dela, sua sensibilidade aguçada sentiu a presença invisível dela.
Faz tanto tempo....
(imagem: Lenapena)
Faz tanto tempo, porém, em sua memória as cenas estão frescas, como tinta em uma parede recém-pintada.
Naquele entardecer de inverno, o sol tinha a cor da abobora madura, e despencava do céu rapidamente, indo se esconder por detrás da mata.
A menina olhava a cena que todo final do dia, gostava de contemplar. O poente, sempre despertava nela um suspiro de admiração.
Porém, naquele entardecer, não havia nos olhos dela, o mesmo contentamento, a alegria costumeira, foi substituida por um véu de tristeza. Um pranto salgado, tinha um gosto antecipado de despedida e de saudade.
O coração estava tão oprimido dentro do peito da menina, batia num ritmo lento, como que aguardando o que estava por vir.
Sua alma tão jovem estava carregando um fardo pesado, pelo medo da perda eminente, a ansiedade angustiante, dava nós cegos, na esperança. De fato sua alma naquele momento estava encurvada pelo peso da solidão que ela sabia, ocuparia o lugar do carinho materno.
Faz tanto tempo, mas, em seus ouvidos, o tic-tac do velho relógio da cozinha, ainda ecoa. Foi nele que os olhos tristonhos da menina pousaram, ele marcava 5:20 da tarde, de uma linda e nostálgica tarde de inverno.
Não foi o antigo despertador quem lhe contou, ele só sinalizou, foi sua alma sensível, muito sensível, quem cochichou-lhe ao ouvido: "Sua mãe acabou de partir. Ela, não foi porque quis. Não, isso não, ela teve que ir, o tempo dela por aqui, acabou".
Quando enfim, horas mais tarde vieram lhe dar a triste notícia, foi ela, quem contou antes a eles.
Sim, no minuto que a mãe deu o último suspiro, ela veio se despedir dela, sua sensibilidade aguçada sentiu a presença invisível dela.
Faz tanto tempo....
(imagem: Lenapena)