La folies a deux
Inúmeros exemplos contam que, determinadas pessoas, necessitam da cumplicidade para manifestarem atitudes arrojadas, e, em conluio, exacerbam seus instintos, que se mantinham tímidos, enquanto solitários, sem parceria.
Sob o efeito do álcool levaram a adolescente para o pavimento superior da casa, onde se realizava a festa, para que pudessem externar toda a lascívia, que carregavam em si. Se considerarmos que a menina era amiga particular dos dois, e completamente indefesa, o fato seria definido como torpe; mas a tipicidade ficaria agravada, por tudo ter sido filmado e divulgado na internet: torpe e cruel. Mostraram, em rede, o que a decência mandaria esconder, como os fluidos, os gritos e pedidos de compaixão; a exposição foi doentia; a dupla mostrou como se faz uma “la folie à deux”
Ela manteria tudo em silêncio, amargaria, pelo reto de sua vida, trancada em um quarto, toda a vergonha que sentia, a humilhação, pela qual passara, não queria mais ser vista, não queria nunca mais olhar para os olhos de alguém. Não foi a mesma a reação do pai, militar aposentado, de princípios rígidos, e conduta ilibada.
A garota continuou saindo, com roupas até um pouco mais chamativas e, curiosamente, com um olhar quase que malicioso, não demonstrando qualquer constrangimento, por tudo que passara. Aquela conduta instigou os agressores, soava como um desafio para eles, certos de que, tudo que fizeram levaria a vítima para a clausura
Ela os cumprimentou, ou o cumprimento foi a provocação para um duelo? Se aproximaram, e se inquietaram, pois ela conversou normalmente, e os acompanhou, com naturalidade, aceitando o convite de segui-los, até o imóvel, onde tudo já havia acontecido anteriormente, imóvel vazio, pois os proprietários viajavam.
A tranquilidade da menina era garantida por alguém que a seguia, muito de perto; obedecendo às ordens do pai ofendido, um militar, à paisana, garantindo a integridade física e moral da envolvida.
Quando os protagonistas chegaram ao destino, e a porta foi aberta, entraram os dois rapazes e o truculento militar armado, a garota continuou seu percurso, com o mesmo sorriso malicioso na face.
A mesma câmera foi acionada, e sob a ameaça de uma arma engatilhada, os dois, que faziam “loucuras a dois”, naquele momento, foram obrigados a fazer loucuras entre si. O cardápio foi vasto, o militar era criativo; ele era militar, mas podia, perfeitamente, ser narrador de orgias romanas, sendo certo que a tudo narrava dando nomes a tudo que os meninos praticavam, como felação, sodomia, e alguns títulos desconhecidos até para o vocabulário coloquial.
A veiculação do ato se fez também pela internet, mas, se quando a menina foi obrigada a participar, somente os dois garotos foram levados ao prazer, la folie à deux, dessa feita, os três tiveram alegria e tristezas compartilhadas, num “ménage a trois”, mostrando o quanto os franceses sabem dar nome às coisas do amor.