Viajante - Contos para não contar

Considero-me um cara de sorte, um viajante. Não sei de onde eu nasci, muito menos o que e sou, só sei que viajo muito. Eu fico um tempo num lugar escuro, trancado, até conseguir ver a luz pela primeira vez, não enxergo muito bem, só consigo ver luz, então, digamos que minha vida é uma aventura desconhecida. Depois de ver a luz, eu sinto, sinto-me viajando por superfícies desconhecidas, um chão macio, delicado, as vezes tem alguns obstáculos, mas são pequenos. Ah! algumas partes são bem ruim, do nada eu parto da superfície liza e macia, para um lugar ondulado e cheio de pedrinhas irritantes, começo a tremer e sinto algo raspar em mim, meio ruim isso. Depois de toda viagem eu sou posto num cantinho, esse momento eu posso dormir e descansar, as vezes esse meu cantinho enche de água, me sinto derreter, tão bom. Agora que descansei, novamente tudo acontece, partes lisas e macias, partes turbulentas, partes apertadas, as vezes parece te duas paredes me apertando, sufocando, tão apertado. Nessa viagem sempre chove, sempre, é uma chuva quente, fria e morna, que mundo é esse? É bom quando chove quente, o pior é quando esfria. Minha vida é assim, eu não cresço, só diminuo, cada vez mais pequeno. Agora, nesse exato momento estou viajando de novo, deslizando :D. Opa! o que é isso? não sinto mais o chão, o que houve?

Pow!

Ai, levei uma pancada. Ta doendo.

“Droga, o sabonete caiu”

Fim.