Não sabia onde depositar seu anseio.

Suas verdades sofriam mutação, ora pensava no que queria pro futuro, ora se contentava com o ócio total. Não sabia onde depositar seu anseio. De veneta, encarou seus próprios olhos, pelo espelho, e se consolou, o brilho que antecederia lágrimas clareava sua beleza e força.

Hoje ela resolveu beber, quer esquecer a falta de motivos para “batalhar pela vida”, era o que seu avô dizia: “avia menina, avia!” Comprou um vinho barato, trouxe pro quarto e misturou com músicas da Legião Urbana. Embriagou-se rápido de melancolia e uma alegria contrastante por finalmente saber o que queria: custou a entender o tamanho de sua fome por aquela ninfeta que tinha visto no mercado.