Uma História de Desamor e Traição...
Não se pode dizer que esse é um conto que conto, de "amor" .
Penso, que onde o desamor habita, já existiu ali a tal palavra desacompanhada do "DE".
Ainda estava eu estagiando em um hospital
de psiquiatria, na ala feminina.
Nunca senti medo de estar por ali, apenas mantinha-me em alerta, pois era preciso.
Lembro que houve um caso que marcou demais, pois pude tentar, compreender o por que,
tanta dor em uma jovem que mal começou a viver.
Minha supervisora pediu que eu entrevistasse as mulheres e tentasse faze-las falar, do que as levou até a internação...
logo eu, dando uma de bisbilhoteira profissional, mas era preciso, embora
fosse pra mim, bastante desconfortante.
Vou Chama-la de "ELA", moça morena, de estatura mediana, lembro que na época senti-me penalizada em ver uma jovem de 18 anos, ali;
internada, sem uma pespectiva de vida.
Bem comecei com meu trabalho com "ELA" com uma conversa comum, me apresentei e disse-lhe que precisava coletar alguns dados e que precisava que colaborasse, ela logo concordou,.
Perguntei-lhe o de costume, se fazia uso de substâncias ilícitas, se ela sabia a idade, nome, nome da mãe e o crucial, por que ela foi parar ali.
Geralmente esta pergunta nunca é respondida de pronto, á engasgos, meios sorrisos, olhar cabisbaixo ou ao longe, mas ela optou por dizer-me a verdade...o que me causou espanto, ela queria contar.
E começou dizendo:
- Namorou um rapaz desde os carorze anos, que ele foi morar com ela e a mãe e que ele prometera construir uma casa para os dois para irem morar juntos, foram quatro anos de trabalho, ajuda, dedicação, onde ela trabalhava e do dinheiro ajudava e comprava junto com a família o enxoval. Depois de quatro anos o imóvel já estava em fase de moradia, o sonho prestes a se realizar, faltava casar e levar as coisas para casa.
Mas, como nem todas as histórias teem finais felizes, ele pediu para conversarem e lhe disse:
-Quero te dizer que estou indo embora, estou apaixonado por outra e vou me casar.
Eu tentei imaginar naquele instante o que ela sentiu, mas creio que não foi possível, "ELA" ainda tentou por várias vezes ir no trabalho dele e aparecer em todo local que ele estava, para lembra-lo das promessas, do enxoval e de tudo que fizeram juntos. Mas ele nem ligou, passou a ignora-la, casou e foi morar na casa onde os dois construiram para si.
O que à fez um dia chegar em casa, fazer uma enorme montanha de todo o enxoval que ela juntara pelos quatro anos de noivado e no topo de tudo colocou sua identidade, sua certidão de nascimento e demais documentos que a identificavam como ser humano. Jogou alcool em tudo e pos fogo.
No meu ver ela pos fim a sua identidade, a sua esperança de uma nova vida, naquelas promessas que não se cumpriram.
E desde então ela deixou de se dizer filha de sua mãe, dando como mãe o nome de uma modelo brasileira muito famosa no exterior.
Lembro-me bem que sua mãe estava ao lado e dizia, "ELA", sua mamãe sou eu, ela sorria pegava a mão da mãe e dizia, não fica triste, eu sei, você também é minha mãe, mas eu sou mais parecida com ela tá.
Fiquei penalizada, com uma moça de dezoito anos apenas, ali. "Ela" deu fim a toda dor real, entrando num "mundo de dor maior ainda",
onde ela mesma já não era mais a protagonista da história e sim a dona do que ela criou, rompeu com a realidade e a cada dia inventava uma nova historinha para contar.
Obs: Na ala feminina da psiquiatria, tem mais mulheres adoecidas , do que na ala masculina, os homens piram menos que nós mulheres, quando o fio da realidade se rompe "ELAS" descem barreira abaixo.
Não se pode dizer que esse é um conto que conto, de "amor" .
Penso, que onde o desamor habita, já existiu ali a tal palavra desacompanhada do "DE".
Ainda estava eu estagiando em um hospital
de psiquiatria, na ala feminina.
Nunca senti medo de estar por ali, apenas mantinha-me em alerta, pois era preciso.
Lembro que houve um caso que marcou demais, pois pude tentar, compreender o por que,
tanta dor em uma jovem que mal começou a viver.
Minha supervisora pediu que eu entrevistasse as mulheres e tentasse faze-las falar, do que as levou até a internação...
logo eu, dando uma de bisbilhoteira profissional, mas era preciso, embora
fosse pra mim, bastante desconfortante.
Vou Chama-la de "ELA", moça morena, de estatura mediana, lembro que na época senti-me penalizada em ver uma jovem de 18 anos, ali;
internada, sem uma pespectiva de vida.
Bem comecei com meu trabalho com "ELA" com uma conversa comum, me apresentei e disse-lhe que precisava coletar alguns dados e que precisava que colaborasse, ela logo concordou,.
Perguntei-lhe o de costume, se fazia uso de substâncias ilícitas, se ela sabia a idade, nome, nome da mãe e o crucial, por que ela foi parar ali.
Geralmente esta pergunta nunca é respondida de pronto, á engasgos, meios sorrisos, olhar cabisbaixo ou ao longe, mas ela optou por dizer-me a verdade...o que me causou espanto, ela queria contar.
E começou dizendo:
- Namorou um rapaz desde os carorze anos, que ele foi morar com ela e a mãe e que ele prometera construir uma casa para os dois para irem morar juntos, foram quatro anos de trabalho, ajuda, dedicação, onde ela trabalhava e do dinheiro ajudava e comprava junto com a família o enxoval. Depois de quatro anos o imóvel já estava em fase de moradia, o sonho prestes a se realizar, faltava casar e levar as coisas para casa.
Mas, como nem todas as histórias teem finais felizes, ele pediu para conversarem e lhe disse:
-Quero te dizer que estou indo embora, estou apaixonado por outra e vou me casar.
Eu tentei imaginar naquele instante o que ela sentiu, mas creio que não foi possível, "ELA" ainda tentou por várias vezes ir no trabalho dele e aparecer em todo local que ele estava, para lembra-lo das promessas, do enxoval e de tudo que fizeram juntos. Mas ele nem ligou, passou a ignora-la, casou e foi morar na casa onde os dois construiram para si.
O que à fez um dia chegar em casa, fazer uma enorme montanha de todo o enxoval que ela juntara pelos quatro anos de noivado e no topo de tudo colocou sua identidade, sua certidão de nascimento e demais documentos que a identificavam como ser humano. Jogou alcool em tudo e pos fogo.
No meu ver ela pos fim a sua identidade, a sua esperança de uma nova vida, naquelas promessas que não se cumpriram.
E desde então ela deixou de se dizer filha de sua mãe, dando como mãe o nome de uma modelo brasileira muito famosa no exterior.
Lembro-me bem que sua mãe estava ao lado e dizia, "ELA", sua mamãe sou eu, ela sorria pegava a mão da mãe e dizia, não fica triste, eu sei, você também é minha mãe, mas eu sou mais parecida com ela tá.
Fiquei penalizada, com uma moça de dezoito anos apenas, ali. "Ela" deu fim a toda dor real, entrando num "mundo de dor maior ainda",
onde ela mesma já não era mais a protagonista da história e sim a dona do que ela criou, rompeu com a realidade e a cada dia inventava uma nova historinha para contar.
Obs: Na ala feminina da psiquiatria, tem mais mulheres adoecidas , do que na ala masculina, os homens piram menos que nós mulheres, quando o fio da realidade se rompe "ELAS" descem barreira abaixo.