A VIAGEM.
A VIAGEM.
O fato aconteceu de repente,fruto óbvio dos olhos grandes, a vida é assim para toda ação tem uma reação proporcional. O nosso corpo é uma máquina espetacular, mas não devemos contraria-lo , era manhã de agosto,o sol nasceu escaldante,nem uma nuvem no céu, Bartolomeu cismou em visitar seus primos na cidade de vitória,estado do Espirito Santo, Brasil,Quando a patroa levantou , lá estava o homem depenando um patorrão , era pena para todo lado, o suor escorria pelo rosto.Sem dar um bom dia a patroa amada,já foi logo dando ordens,mulher quero este pato pronto até as dez horas .A mulher sem entender nada, perguntou que ideia era aquela de matar o pobre bichinho. É que vou visitar meus primos e vou leva-lo para comer no trajeto. A mulher submissa , tratou de cumprir sua ordem, preparou o pato, fez uma travessa de farofa , deixou tudo pronto. Bartolomeu banhou, vestiu a melhor roupa, calçou a botina, pegou a sacola e foi tomar o trem que parte a treze horas, com destino a vitória. Cumprindo o ritual de cabra macho, não ficou dando muito papo para a patroa. Estou indo veia , e sem dar um afago na amada virou a esquina, a mulher acompanhou com os olhos, sem dizer uma só palavra, mas por dentro ela queria triturá-lo. A longa espera na estação, o cheiro do tempero aguçou-lhe a fome, por ali mesmo começou a degustação.Treze horas o trem para na plataforma, Bartolomeu ocupa seu lugar na classe econômica, ajeita-se na poltrona e em seguida deixa a capital. O trem já vai na sua toada,passa cercas, passa montanhas, o sol castigando, o calor aumentando, e Bartolomeu tomando água morna e comendo pato, quando chegou a cidade de Barão de Cocais,começou uma certa indisposição, boca enchendo de água,cabeça rodando, um peso no estomago , barriga trovoando,suores pelas faces.Quando chegou A estação de João Monlevade, desceu do vagão e meio ressabiado foi ao banheiro, fez suas necessidades e tomou a sábia decisão, regressar ao lar,definitivamente não dava para prosseguir.Então teve a ideia de tomar o ônibus da viação presidente. Comprou a passagem , e regressou, o trajeto é relativamente longo, e o ônibus já vai , curvas , retas, bartolomeu pelejando para segurar a natureza , olho para um lado,para o outro,banheiro não tinha,o jeito era ser valente. Por volta das sete da noite chega o fim da tormenta,o ônibus passa pelo bairro,era só descer e atravessar a avenida, andar alguns quarteirões e chegar em casa.Subiu a ladeira como que se estivesse com as pernas amarradas,de longe a mulher o avistou, ficou preocupada e foi ao seu encontro, voltaste? Como está? E ele com uma cara de poucos amigos, respondeu,voltei e estou com as botas cheias. A mulher ameaçou um riso, conteve-se, conhecia a fera que tinha,e naquele estado era melhor calar,era estado de calamidade,entrou, tratou de preparar o banho, e ajudar na sua convalescênça , mas no fundo ele acha que ela gostou.