A GAROTA QUE VESTIA AMARELO

Em uma pequena cidade do interior da Suíça, morava Florbela, ela era Portuguesa mas havia se mudado para estudar na escola de dança da cidade, Florbela era muito reservada, não falava muito ,mas quando falava as palavras saíam ligeiras. Além da dança Florbela tinha outras paixões, ela adorava ler, e desde que chegou a cidade ela sempre ia na mesma livraria, e no mesmo horário, 18h, essa era sua hora preferida, quando perguntavam o porque desse horário, ela dizia que as ruas ficavam mais bonitas quando o sol saía de cena, mas outro motivo fazia com que ela fosse naquele mesmo horário, esse motivo era o sono, ela trocava o dia pela noite , e com isso acordava muito tarde. Além dos livros outra coisa fazia com que ela fosse sempre à mesma livraria, os chocolates, ela era apaixonada por chocolates, e o dono da livraria fabricava uns bombons que eram famosos em toda a cidade, a receita fora criada por sua bisavó e é passada de geração em geração, assim como o controle da livraria. A garota era cercada de mistérios, ela só saía de casa quando tinha a certeza de que ninguém estava olhando, outro fato curioso é que ela sempre vestia uma blusa amarela, ela também usava óculos de grau, o que lhe dava um toque de intelectualidade, tinha baixa estatura e cabelos cacheados. Certa noite, Florbela foi à livraria, como sempre fazia, mas algo novo estava prestes a acontecer, ela chega na recepção compra os seus chocolates e caminha em direção a uma mesa bem isolada das outras, põe o seu material sobre a mesa e logo começa a ler, após 7 minutos de leitura algo chama a sua atenção, haviam colocado uma mesa bem ao lado da sua, rapidamente ela ignora o fato, e retoma a leitura, dessa vez ela começa a abrir o primeiro bombom, ela abre lentamente, como se apreciasse cada momento antes da degustação, por um momento ela se distrai e deixa a embalagem do bombom cair ao chão, um ventilador posicionado bem ao lado da sua mesa fez a embalagem voar até a mesa do lado, ela se abaixa, e o papel parece ter ganhado vida, e continua se afastando, de repente ela sente o vento parar e alguém vem se aproximando, ela continua imóvel no chão, quando então o homem também se abaixa e diz: assim fica mais fácil de capturarmos esse papel, Florbela se mantem imóvel e calada, ele olha fixamente nos seus olhos verdes, esperando uma reação que não aconteceu naquele momento, ele continua a olhar tentando entender como aquele verde podia ser tão fascinante, mas algo muito mais forte ligava os dois, e isso seria descoberto um pouco mais tarde.

Livio Souza Silva
Enviado por Livio Souza Silva em 27/10/2015
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