Olhou ao redor, cama, mesa, tudo simples, cores cinzas, nada de branco.Talvez melhor assim, quem sabe? O ambiente hospitalar a deixa com naúseas.
Se deitou e esperou, como recomendado.Ouvi barulho e viu na penumbra uma mulher, sem sorrisos e nem cautela, se aproximou e abriu suas pernas;constrangimento, não, incômodo, sim. Sentiu algo frio, metal adentrando sua pele,rasgando como papel.Suportou a dor, era passageira, era necessária.
De repente, sua visão ficou turva, seu corpo parecia mole e fraco, a mulher a olhava indiferente. Ela tentou falar, mas sentia-se fraca, impotente, molhada e perdida.
A mulher saiu por onde entrou, sem dizer uma palavra.
Ela suspirou e pensou, a dor vai passar.
O sangue escorreu, seu corpo esmoreceu, e a mente vagava, tentou pegar a bolsa e ligar para alguém e dizer onde estava.Fez algumas tentativas, frustrantes,doía, sangrava. Se esticou mais um pouco,doeu mais, parou; pois seu braço não alcançava e numa tentativa mal sucedida, da mesa ela caiu.Lentamente agarrou a bolsa, pegou o celular.
Urgência!!!
Raiva. Desespero. Temor.
Sabia de fato que aquele era seu último ato.