Uma Rosa para Berlim- Chegada de Inglêses, mortes.
O dia 8 de novembro é marcado pelo bombardeio e as mortes de inocentes.
Partimos da cidade ao anoitecer sob ordens superiores. Partimos em caminhões
de uma transportadora pois, tememos novos ataques. Saimos da cidade ao anoite
cer e na madrugada, nas primeiras horas do dia 9 , chegamos em um sítio retirado.
O lugar é bem vigiado e tem cerca de 100 soldados bem armados. Somos leva
das para nossos aposentos. Fazemos o que temos que fazer e dormimos.
Pela manhã acordamos e fazemos o desjejum. Pouco depois vemos uma reuni
ão de militares que ocorre em um grande salão. São militares das forças armadas
traçando estratégias de represália. Mapas são colocados na grande mesa e o fala
tório é incrível. De repente ouço rajadas de metralhadoras e respostas de fuzil.
É um alvoroço só. Os militares correm para um local seguro. Sacam suas armas.
Mais tiros e uma explosão e parte da parede da frente cai. Corremos para o andar
de cima. Greta está apavorada e tenta proteger Uta sempre colocando-a entre seus
braços. Ruth corre para o quarto dos fundos e faz sinal para entrarmos. O lugar é
fétido pois, tem muita papelada mofada. Escutamos tiros à vontade e ficamos ali
aguardando o resultado. Tiros e tiros e depois gritos em inglês.
- stop please ! - coloco o ouvido na porta - Todos desçam para o quintal e nada
acontecerá ! Eu digo todos ! - e a porta é arrombada e eu sou jogada para o chão.
Um homem magro de aparência franzina aparece com uma mauser na mão.
- Desçam e nada de mal vai acontecer ! - chegam mais homens estranhos arma
dos de metralhadora. Erna me ajuda a levantar.- Desçam rápido ! - grita ele meio
nervoso. Treme um pouco. Atira no chão - Não vou esperar !
Descemos muito rapidamente e vemos mais de quarenta corpos. Entre eles uns
5 corpos de invasores. Somos empurradas para o quintal onde vemos todos os
militares alemães ajoelhados com as mãos na cabeça. Somos colocadas na fila
de trás e fomos obrigadas a ficarmos ajoelhadas. Ruth se levanta e os estranhos
nada fazem. Ruth sorri para um deles e fala :
- Fiz belo serviço heim ? - e sorri alegremente.
- Cumpriu o trato e vamos soltar seu pai ! - disse um senhor bem forte e loiro.
- Pegue todos os planos e me entregue - disse um outro mais velho e magro.
Ruth entra na casa e desaparece. O homem olha para Greta e Ruth.
- A mulher do major Herman e sua filha seguem com Ruth para Londres - disse
o homem indo até as duas e quase arrastando-as pelos braços.
- O que vão fazer com elas ? - pergunto preocupada. Eu vou no lugar delas !
- você não faz parte do pacote , menina ! - disse ele rindo - foi um acordo de cava
lbeiros e cooperação mútua. Ruth , Greta e Uta receberão garantias de segurança
e poderão andar livremente e salvas na inglaterra. Seu tio não te incluiu !
Ruth retorna com um grande volume de papéis e mapas e passa para o homem
franzino. Ruth , Greta e Uta são praticamente arrastadas para um jipe e são cober
tas por capuz e nem as deixam se despedir. Começa um massacre cruél. Atiram
em todos ali presente e nós cinco corremos juntas para a casa e quase somos
alvejadas. Dez soldados conseguem escapar conosco e depois são alvejados
com uma granada. Os móveis e teto despenca e nós somos soterradas por madei
ras . Rajadas e mais rajadas seguidas de gritos e depois o silêncio. Passos e entu
lhos fazem barulho. O entulho é removido e nos retiram dele. Armas são aponta
das para nós. Fecho os olhos aguardando o tiro fatal.
- Deixe-as vivas e as levem para o monastério - grita alguém gargalhando.
É o que fazem . Nos retiram dali e cobrem nossos olhos e nos colocam em um
veículo e rumamos para algum lugar.