Uma Rosa para Berlim- Despedida e Honradez

Andamos até uma rua próxima da casa de Greta e vejo meu tio Herman parar

com o carro e descer. Se dirije a mim.

- O que faz ai, menina? Era para estar me esperando para levar vocês embora.

- Embora para onde , tio ?- pergunto espantada.

- Vamos para a Suissa ! Seu tio Rudolf já foi e só restamos nós.

- Não vou para lugar nenhum , tio ! Meu lar é aqui !

- vamos para casa para conversarmos - disse meu tio abrindo as portas - entrem!

Se ficarem ...que fiquem na minha casa !

Entramos no carro e voltamos para a casa de Greta. Esta fica contente ao nos vêr.

- Resolveram partir conosco ? - Pergunta Uta se aproximando.

- É o que quero que façam ! - disse meu tio.

- Eu não irei! - disse Erna colocando a mão no braço do sofá - Eu fico.

- Eu não saio daqui ! - falo firme.

-Muito menos eu ! - disse Marija.

- Prefiro morrer lutando. - disse Gerda se sentando.

- Aqui é minha terra e aqui morrerei ! - disse Maria Klara.

- Por quê vocês são cabeça dura ? - pergunta Herman - a Alemanha está cercada

e os Russos estão chegando e violentando as mulberes. Americanos também!

Berlim está próximo de ser tomada. Vamos embora e esquecer tudo .

- não tio ! - falo olbando para todas - aqui nasci e aqui vou morrer ! Luto . Luto

não pelo regime , mas pelo pais! Pela honra de lutar até o final ! Lutos pelas mulhe

res que estão sendo violentadas por russos, Americanos, Ingleses...mulheres que

exibem a bandeira branca e são pagas por violência sexual. Lutl pela minha pátria

e não pelo regime. Aqui morrerei e, se reencarnar em outro país , aqui voltarei.

Engana-se os vencedores se acharem que nos matam. Matam nossos corpos mas

não matam nossos espíritos. Onde quer que eu reencar e, seja homem ou mulher,

serei sempre uma germânica , uma Alemã! Gostem ou não, serei sempre Ariana.

Não importe a cor de minha pele! O continente ou pais. Serei sempre uma Alemã!

- Estou feliz por ter uma sobrinha assim! - disse Herman abraçando-me.

- Fico espantada mas temos que sair do pais. - disse Greta.

- deixo a casa para Nina ! - disse meu tio - quando voltarmos conversaremos.

E todos eles se adiantam e saem rápido pois, aviões começam a sobrevoar com

mais frequência a capital. Nos despedimos com emoção e eles partem de vêz.

Ficamos na casa sem falarmos nada , nem um piscar de olhos. Sabemos muito

bem que o cerco está e fechando. Estamos tristes e então vou até a janela e olho

para a rua. Veno carros que passam. Vejo carros militares que passam apressa

dos. Vejo crianças brincando sem nenhuma preocupação. Vejo idosos andando

olhando para o chão. Olho para minhas amigas tristes e falo:

- Vamos sair e refrescar a mente.

- Vamos sim! - disse Erna bem triste - vamos beber algo por ai !

- É ! - disse Maria Klara indo até a porta - vamos dar uma volta.

Saimos e rodamos a cidade em todos os lugares. Jantamos fora e regornamos

bem tarde. Vemos grande quantidade de militares se deslocarem em veículis mili

tares. Rumamos para casa e tomamos banho. Já é tarde e é o começo do dia 19

de fevereiro de 1945. Vamos dormir pois, não sabemos o que acontecerá pela

manhã.